
O Secretário Regional da Agricultura e Florestas afirmou que a vitivinicultura nos Açores é um setor com um grande potencial de desenvolvimento económico, mas que enfrenta desafios extra devido à pandemia, ao nível do reforço da notoriedade, da garantia da qualidade e da genuinidade, entre outros, sobre os quais o Governo dos Açores está já a trabalhar com os produtores, as cooperativas e demais operadores económicos para ajudar a ultrapassá-los.
“Importa continuar a apostar no reforço da notoriedade dos nossos vinhos, seja através da realização de eventos na Região, da participação em feiras internacionais e em comunicação da especialidade, mas também assegurar um posicionamento dos vinhos no mercado capaz de garantir o pagamento justo da uva aos produtores, face aos elevados custos de produção, como forma de assegurar a sustentabilidade do setor”, referiu João Ponte, que falava sexta-feira no evento online ‘Provas 6/6’, organizado pela Associação de Municípios Portugueses de Vinho (AMPV).
O governante salientou que, entre os principais desafios que se colocam à vitivinicultura na Região, estão a criação de novos canais de comercialização e a necessidade de reforçar a capacidade de transformação instalada, através da atração de novos investidores, já que a quantidade de área que vai entrar em poucos anos na sua capacidade máxima de produção é superior à capacidade instalada para transformação.
O Secretário Regional da Agricultura apontou a criação do Instituto da Vinha e do Vinho nos Açores como “um bom exemplo” do trabalho que o Governo dos Açores está a fazer e que terá grande impacto no futuro do setor, uma vez que visa ser “uma estrutura agregadora de competências atualmente dispersas por várias entidades.
João Ponte salientou a importância que programas como o VITIS e o POSEI tiveram e continuam a ter para o desenvolvimento deste setor, já que permitiu recuperar 800 hectares de vinha e garantir as ajudas à produção, mas também a capacidade empreendedora dos produtores, que souberam tirar partido dos instrumentos e dos apoios existentes, bem como do trabalho dos enólogos de referência, que muito têm contribuído para dar mais notoriedade aos vinhos produzidos na Região, designadamente na ilha do Pico.
Questionado sobre a importância do Enoturismo na ilha do Pico, o Secretário Regional deu conta do grande potencial de desenvolvimento que existe, comprovado pelo surgimento de projetos de investimentos nesta área, que são importantes para reforçar a notoriedade dos vinhos açorianos, mas também devido a um vasto número de equipamentos e infraestruturas existentes na ilha relacionadas com o vinho, como os currais, o Museu do Vinho, o Centro de Interpretação da Paisagem da Cultura da Vinha, relheiras, rola-pipas, poços de maré, as adegas e, sobretudo, os vinhos, que são motivos de atração de cada vez mais turistas.
Fotos: © GaCS/SRAF | GaCS/RM/PE