
O Grupo de Coordenação da Ilha Terceira da Iniciativa Liberal levantou, esta sexta-feira, dúvidas quanto ao real objetivo do contrato de ajuste direto, a uma empresa do Continente, para a realização de um estudo prévio de viabilidade para a empreitada de ampliação e remodelação da Aerogare Civil das Lajes.
Em comunicado enviado aos órgãos de comunicação social e aos membros do partido, o Grupo de Coordenação de Ilha (GCI) dos liberais, critica “o envio para fora da Região de valores superiores a 60 mil euros para a realização de estudos cuja designação não é clara”.
“Não haveria na ilha Terceira, ou em qualquer outra ilha da Região, empresas de arquitetura capazes e competentes para a realização do estudo que a Vice-presidência do Governo Regional adjudicou por ajuste direto? Quais os critérios que justificam a contratação de tal trabalho técnico a uma empresa do Continente, cujos trabalhos conhecidos são poucos?”, são questões que os liberais terceirenses colocam.
Em causa, recorde-se, está o anúncio feito pela Vice-presidência do Governo Regional – que tutela a Aerogare Civil das Lajes – sobre a assinatura de um contrato com a empresa Bransolutions – Prestação de Serviços Lda. para efetuar o estudo prévio de viabilidade para a empreitada de ampliação e remodelação daquela infraestrutura aeroportuária da ilha Terceira, por um valor de 59,5 mil euros, acrescidos de IVA.
Ora, dizem os liberais terceirenses, “é estranho que o Governo Regional venha anunciar um estudo de viabilidade para uma empreitada que já se sabe há muito como será feita”, alegando que “o que está em causa é a ampliação da Aerogare Civil das Lajes para o antigo hangar adjacente” (onde funcionava o antigo terminal de cargas).
“Os Dirigentes da Ilha Terceira da Iniciativa Liberal e o Deputado Regional da IL reuniram com a Direção da Aerogare Civil das Lajes no final de 2022 e, já nesta altura, foi-nos apresentado o plano de investimentos em curso, os projetos de remodelação dos balcões de check-in e os projetos de ampliação da Aerogare, quer ao nível da abertura de uma nova porta de embarque (que está a ser construída neste momento), como ao nível do projeto de reabilitação do antigo hangar visando a ampliação de espaços de serviços administrativos, novas portas de embarque e de receção de passageiros desembarcados. Vários meses depois é que se faz um estudo de viabilidade sobre todas as decisões que, aparentemente, já estavam tomadas no final do ano passado?”, indaga o GCI da IL/Terceira.
Os liberais terceirenses lamentam que o Vice-presidente do Governo Regional “faça agora o que tanto criticava quando estava na oposição”, nomeadamente “que entregue a empresas de fora da Região a realização de serviços tão importantes para a economia da ilha Terceira, como, neste particular, a ampliação da Aerogare Civil das Lajes”.
“É lamentável que o Governo Regional exporta o dinheiro público para empresas do Continente. Já não é o primeiro estudo importante que é contratado a entidades externas. Afinal, este Governo de coligação PSD/CDS/PPM tem a mesma triste opinião que tinham os Governos Regionais socialistas: quer uns, quer outros, não confiam na qualidade das empresas, dos gabinetes técnicos e especializados que existem nos Açores”, atiram os liberais.
Neste sentido, o GCI exige “respostas claras e esclarecimentos cabais” sobre “os projetos de ampliação e remodelação da Aerogare Civil das Lajes” e os motivos que justificam “a contratação de tal trabalho a uma empresa do Continente”.
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