BAIRROS COMERCIAIS DIGITAIS: VEREADORES DO PS LAMENTAM QUE CMPV NÃO TENHA APESENTADO CANDIDATURA, PERDENDO “MAIS UMA” OPORTUNIDADE DE GARANTIR FUNDOS

Os vereadores do Partido Socialista da Câmara Municipal da Praia da Vitória lamentaram, esta segunda-feira, em nota de imprensa, que “mais uma vez, por inércia e falta de proatividade, a Câmara Municipal da Praia da Vitória perdeu uma excelente oportunidade de garantir fundos externos para o desenvolvimento de projetos no Concelho, no âmbito dos Bairros Digitais”.

“No final da passada semana foi dada notícia dos Municípios açorianos que se candidataram a este projeto e que passaram à segunda fase de candidaturas. Infelizmente a Câmara Municipal da Praia da Vitória nem se candidatou quando, tendo em conta o passado recente da aposta no cluster digital e na importância que pode continuar a ter o projeto Terceira Tech Island, era imperativo que a Câmara Municipal avançasse com esta candidatura”, diz o vereador Berto Messias citado na referida nota.

Segundo explica o socialista, “os Bairros Comerciais Digitais são uma medida catalisadora do crescimento económico, procurando enquadrar, por um lado, o vetor da proximidade e da coesão territorial, promovendo a valorização da evidência física e da requalificação dos espaços, recuperando o sentido de planeamento do urbanismo comercial e associando-o ao segundo vetor da política pública e do próprio Plano de Recuperação e Resiliência, visando-se, assim, a digitalização dos operadores económicos e dos seus modelos de negócio, a promoção do comércio em linha e da integração digital das cadeias de abastecimento e escoamento.”

“Este projeto prevê o apoio à digitalização de 50 áreas comerciais suportadas num ambiente tecnológico avançado. Entende-se estas áreas comerciais como espaços urbanos contíguos, que gozam duma delimitação geográfica, apresentam uma densidade relevante de atividades comerciais e de prestação de serviços e beneficiam de uma estratégia comum de gestão, por forma a dinamizar tais áreas e a promover a coesão territorial, tendo subjacente a noção de Bairros Comerciais ou equivalente”, acrescenta.

“Por falta de proatividade, a Câmara Municipal desperdiça milhares ou mesmo milhões de euros de fundos externos, que podiam ser injetados na economia local e, assim, criar novas dinâmicas de crescimento e de criação de emprego. Depois de terem deixado passar a oportunidade nas candidaturas na área da Habitação no Plano de Recuperação e Resiliência, perdem agora mais uma oportunidade para garantir fundos externos importantes concedidos a fundo perdido”, acusa.

“Infelizmente, cada vez é mais evidente que a Câmara Municipal não tem falta de dinheiro, tem sim falta de visão”, finaliza.

De acordo com a informação disponibilizada na página internet do IPMEI — Agência para a Competitividade e Inovação, IP, consultada pelo Praia Expresso, o concurso para a apresentação de Manifestação de Interesse para Desenvolvimento de Projetos no âmbito dos “Bairros Comerciais Digitais” encerrou no passado dia 30 de abril. Segundo o IPMEI, esta medida integrada no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) “afigura-se como particularmente relevante para os setores do comércio e dos serviços abertos ao consumidor, sendo igualmente uma medida catalisadora do crescimento económico, visando a digitalização dos operadores económicos e dos seus modelos de negócio, a promoção do comércio em linha e da integração digital das cadeias de abastecimento e escoamento”.

Ainda segundo informação disponibilizada na página do IPMEI, no arquipélago dos Açores manifestaram interesse no desenvolvimento de projetos no âmbito da iniciativa “Bairros Comerciais Digitais”, os municípios de Lajes do Pico, Vila do Porto, Povoação, Ponta Delgada, Ribeira Grande, Santa Cruz das Flores, Lagoa e Madalena. Na ilha Terceira, a Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo candidatou o projeto “Bairro Digital Comercial de Angra do Heroísmo” no valor de cerca de 2 milhões de euros abrangendo 316 estabelecimentos.

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