25.º CONGRESSO DO PSD/AÇORES: MONTENEGRO REITERA QUE ACORDO COM O CHEGA NÃO VIOLA PRINCÍPIOS DO PSD

O presidente do PSD nacional, Luís Montenegro, reiterou este domingo, em Ponta Delgada, que não existe “nenhuma violação dos princípios e valores” do partido face ao acordo com o Chega nos Açores que suporta o Governo Regional.

“Já tive ocasião de dizer que não há nenhuma violação dos princípios e valores do PSD com a formalização e execução desse acordo”, afirmou aos jornalistas, após o encerramento do 25.º Congresso do PSD/Açores, que decorreu entre sexta-feira e domingo, no Pavilhão das Portas do Mar.

Questionado pelas suas declarações a 03 de julho, quando disse no congresso nacional que o partido “nunca” se vai associar a “qualquer política xenófoba ou racista”, Montenegro reiterou que o acordo nos Açores não viola os princípios do PSD.

“Nós nunca ultrapassaremos a linha dos nossos princípios e dos nossos valores. Portanto, como isso aqui [nos Açores] não aconteceu, nem é sequer tema”, assinalou.

Sobre a representação das regiões autónomas nas eleições para o Parlamento Europeu, Montenegro considerou “muito relevante” existirem eurodeputados dos arquipélagos.

“Quero deixar palavra de tranquilidade aos dirigentes e militantes do PSD/Açores porque entendo, efetivamente, que na nossa representação do Parlamento Europeu é muito relevante ter representantes das regiões autónomas”, afirmou.

O líder do PSD/Açores Bolieiro afirmou que a direção nacional do PSD “tem a obrigação” de garantir que uma futura candidatura dos social-democratas açorianos ao Parlamento Europeu “será colocada em lugar inequivocamente elegível”.

José Manuel Bolieiro preside ao Governo Regional de coligação PSD/CDS-PP/PPM desde novembro de 2020, que depende do apoio parlamentar da IL, Chega e deputado independente.

Este foi o primeiro congresso do PSD/Açores com o partido no Governo Regional, após 24 anos de governação do PS, os últimos 20 com maioria absoluta. Nas últimas legislativas regionais, 25 de outubro de 2020, o PS foi o partido mais votado, mas perdeu a maioria parlamentar que detinha no parlamento dos Açores. PSD, CDS-PP e PPM formaram uma coligação de Governo e com acordos de incidência parlamentar com CH e IL garantiram a maioria necessária para aprovar os documentos decisivos. Em julho de 2021, o deputado eleito pelo CH, Carlos Furtado, passou à condição de independente, depois da Direção Nacional do partido lhe ter retirado a confiança política, mas sempre acompanhou a maioria de direita nos momentos decisivos. Neste ano e meio de Governação de direita nos Açores, o CH ameaçou, por mais de uma vez, romper com o apoio parlamentar, mas nos momentos decisivos, sempre viabilizou a atual solução governativa.

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