
Não sendo absolutamente insólito, não deixa de ser pouco comum. Na Praia da Vitória, esta terça-feira, um bebé felino, de género até agora desconhecido, aparentemente encarcerado no capô de um veículo motorizado, não se deixou salvar/resgatar por uma equipa de voluntariosos e experimentados bombeiros da corporação da cidade.
Caía a noite, nesta sombria tarde de 23 de novembro, quando na rua de Jesus circulava um carro literalmente a “miar”. Alertado pelos transeuntes, o condutor estaciona e resolve inspecionar.
Aberto o capô, nada de anormal se vislumbra, a não ser a presença de alguns estranhos pelos dispersos por diversas peças. Requer-se um olhar mais atento e minucioso. E, na sequência deste, encolhido na cavidade de suporte do farol esquerdo é detetado um jovem felino de pintas pretas e cinzentas.
Voluntariosamente, o condutor estica o braço e com as mãos tenta retirar o pequeno animal de tão estreita cavidade, mas qual touro em tarde de touradas à corda, apavorado e em stress, o animal liberta a desesperada fúria da sua própria sobrevivência e, num ápice, arranha aquele que o queria desencarcerar.
Apesar de ligeiramente ferido, o bom condutor lá prossegue a sua nobre intenção, mas as tentativas, bastas vezes repetidas, sempre se revelam infrutíferos. É tempo de recorrer a quem sabe e soa o alerta na corporação de bombeiros da Praia da Vitória.
Em declarações ao Praia Expresso, diz o condutor, que logo pela manhã, viu num carro deixado para reparação na sua oficina auto, um pequeno gato/a alojado no capô, em local de difícil acesso. Havendo outros afazeres, deixou o capô aberto, na esperança que o “bichinho” de lá saísse, o que constatou algumas horas depois.
O que na ocasião não imaginou e só agora deslindou, é que pequeno felino apenas mudou de morada.
Chegada a equipa de bombeiros é, finalmente, tempo de resgatar o automobilista felino. Mas, apesar de múltiplas e redobradas tentativas, todos os esforços foram, mais uma vez, em vão. O gatinho/a, aparentemente encarcerado, foi saltitando de esconderijo em esconderijo e furtou-se ao resgate dos nossos experientes bombeiros, à bondade da voluntária que logo se prontificou a adotá-lo/a e lá seguiu viagem até à moradia do condutor, que pelo atrasar das horas, já era bem tempo de jantar.
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