
Uma grávida de gémeos com 25 semanas e quatro dias de gestação, em fase inicial de trabalho de parto, foi no passado sábado, dia 29 de outubro, evacuada pela Força Aérea Portuguesa para a Região Autónoma da Madeira, onde deu entrada em unidade hospitalar nessa noite.
De acordo com nota de imprensa esta quarta-feira divulgada no portal do Governo dos Açores, os hospitais dos Açores não têm capacidade para receber neonatos com esta idade gestacional, pelo que houve necessidade de transferir a grávida para outra unidade hospitalar fora da região. Em situações semelhantes, por regra, estes pacientes são encaminhadas para hospitais centrais no território continental português, mas estes hospitais revelaram incapacidade para receber a grávida em trabalho inicial de parto.
Perante tal factualidade, revela a nota do Executivo, “foi dada indicação para levar por diante os acordos celebrados entre os Governos das duas regiões autónomas, nomeadamente na área da Saúde e, especificamente, os contactos estabelecidos entre a Diretora Clínica do Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira e a Diretora do Serviço de Neonatologia do Hospital, Dr. Nélio Mendonça, no sentido de assegurar a possibilidade de transferir neonatos com menos de 27 semanas para esta unidade hospitalar”.
Assim, na noite de 29 de outubro, essa possibilidade concretizou-se com o Hospital do Funchal a receber a grávida no respetivo serviço de obstetrícia, garantindo os cuidados neonatais necessários.
Perante o risco iminente de parto a bordo, o tempo da evacuação revelou-se decisivo para o sucesso da mesma, que foi realizada pela Força Aérea Portuguesa com profissionais do Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira: dois médicos anestesistas, uma médica neonatologista e uma enfermeira especialista em obstetrícia. Os gémeos vieram a nascer com vida na terça-feira e foi assegurada a saúde da progenitora.
Na nota de imprensa o secretário regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses, felicitou os intervenientes nesta operação e agradeceu ao seu congénere do Governo madeirense, Pedro Ramos, afirmando que “com esta boa articulação entre ambos os governos regionais e os respetivos serviços de saúde”.
“Assim são garantidas melhores condições de vida para os nossos concidadãos e cumprimos com a nossa obrigação política”, concretizou.
Esta foi a primeira evacuação médica entre a Região Autónoma dos Açores e a Região Autónoma da Madeira.
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