
Desde que se tornaram publicas as listas de candidatos e candidatas do PS, ao próximo ato eleitoral, que aguardo por uma alteração na orgânica do Governo Regional, que deveria ter sido imediata.
Embora sem acreditar num lapso de tempo entre o PS e o Governo Regional, fui dando o beneficio da dúvida relativamente ao “elefante no meio da sala” que se ignora e evita – muitas pessoas balbuciam, mas poucas o verbalizam.
Não é estranho que um dos candidatos do PS seja ainda diretor regional da saúde?
Não lhe negando o papel que desempenhou durante o tempo de confinamento – pela sua postura calma e serena no “briefing” diário, no qual debitava uma série de números e subtilmente contornava questões -, parece-me inadmissível que seja o mesmo a definir as orientações relativas à gestão do período atual de pandemia, bem como ao período de campanha eleitoral.
A partir do momento em que é anunciado como candidato, toda e qualquer ação já é avaliada – consciente ou inconscientemente – como candidato.
Claro que por parte do PS, isto não terá nada de inocente. É uma manobra de campanha através da manipulação das pessoas, usando o que de mais lhes diz: a saúde e a popularidade do sr. diretor regional da saúde.
No passado dia 22 de julho, o Bloco de Esquerda enviou-lhe uma carta a solicitar orientações claras e objetivas sobre as regras sanitárias que têm que ser seguidas na campanha eleitoral, por forma a garantir a “absoluta igualdade entre as várias forças políticas” – para todos os partidos, sem qualquer tipo de discriminação. Até hoje está em análise…
Dias depois, a autoridade regional da saúde reuniu com o PS para abordar o mesmo assunto!!
Afirmo sem receios que o diretor regional da Saúde não pode confundir a sua condição de Autoridade de Saúde Regional com a sua condição de candidato pelo PS. Ninguém, nem ele próprio poderá negar o facto de que, em declarações à Antena 1, ter afirmado que “a reunião com o PS foi só auscultatória”. Ou seja, ele assume que foi auscultar o PS para decidir que orientações vai dar para as regras da campanha.
Até quando este sentimento de impunidade será aceite na nossa região?
Alexandra Manes
Coordenadora do BE/Terceira
Dirigente do BE/Açores