OS PARTIDOS DO “ARCO DO PODER” PRECISAM DE UM “ABANÃO”!

Já o afirmei por várias vezes, que o “Sistema dos Partidos”, apesar de todos os seus defeitos, causados quase sempre pelo excesso de tempo no poder, acaba mesmo assim, por ser o melhor de todos! Concede-nos o direito ao voto, logo a alternativa de mudança, fundamental para os direitos dos cidadãos, na participação do exercício para a consolidação da democracia.

Quarenta e oito anos depois da sua implementação, após a queda de uma Ditadura Nacional, apelidada de Estado Novo, concretizada por Salazar e Marcelo Caetano, que se estendeu sem liberdade, também durante quarenta e oito anos, pensam muitos Portugueses, que o regime escolhido do “Sistema dos Partidos” se tem vindo a degradar, causando em perigo a própria democracia. A intolerância, a ânsia pela continuidade do poder, através de objetivos alheios aos anseios da vontade popular, têm contribuído para o seu descrédito, cada vez mais, manifestado através da abstenção, ou do surgimento de radicalismos extremistas, que aguardam pacientemente a oportunidade para concretizar os seus ideais, quantas vezes saudosistas do passado, ou de regimes ditatoriais do outro extremo…

Francisco Sá Carneiro, Mário Soares e outros mais, implementaram o regime democrático em Portugal, concedendo a liberdade aos cidadãos e a autonomia progressiva às regiões autónomas dos Açores e da Madeira. Foi assim, que o Partido Social Democrata e o Partido Socialista, foram dividindo o poder na Região Autónoma dos Açores durante todos estes anos, embora por vezes, fazendo algumas alianças com forças de menor dimensão, a fim de se manterem no trono…

Pensa muita gente e, penso eu também, que esse excesso de tempo no poder, tanto de um como do outro, acabou criando vícios, compadrios, quantas vezes o convite à corrupção, ao egoísmo, ao termo mais popular, do agarramento ao Tacho…

A pergunta que se coloca no momento: Que fazer para alterar toda a situação e, voltar a dar-lhe toda a credibilidade que deve ter um regime democrático? Penso que aos chamados “Descontentes” com os partidos do regime, compete dar esse “Abanão”. Não a começar no momento, pela Assembleia Legislativa Regional ou pelo Governo, mas sim, através das autarquias, avançando com listas próprias, às Juntas de Freguesia, Câmaras e Assembleias Municipais nas próximas eleições.

Os “Descontentes” escolhendo pessoas capazes, com credibilidade nas suas localidades, conhecimento de causa, provas dadas no trabalho, desligados do poder político, das suas amarras e amantes da sua terra, podem dar um enorme contributo para o desenvolvimento harmónico das suas Freguesias e do seu Concelho, como fiéis da balança das hipotéticas decisões dos partidos no poder…

A atual participação de um grupo de independentes, embora só de dois elementos, tem feito a diferença na Assembleia Municipal da Praia da Vitória, trazendo capacidade de intervenção, objetiva e realista, sobre os problemas e soluções para a sua autarquia, ao contrário de grupos maioritários, mas conduzidos pelos partidos, numa contínua guerrilha política e até pessoal, por vezes ofensiva da própria dignidade da missão para que foram eleitos.

O próximo ano 2025 vai ser de uma luta constante entre os que se querem manter e os que pretendem voltar…

Vão prometer mundos e fundos, abdicarão dos seus princípios programáticos. Se preciso, constituirão uniões de facto, mesmo que os interesses sejam opostos! Os três passados anos não mentem… São a prova de que os partidos do arco do poder estão desgastados, já não rendem o que apregoam, precisam de ser “Abanados!

Compete a vocês “Descontentes” dar-lhes esse “Abanão” nas Autárquicas que não tardam e já mexem…

Fernando Mendonça

One comment

  1. Concordo em quase tudo. O “quase” é que devemos opor-nos á “unicidade” das ilhas e lutar pela união das Ilhas respeitando a sua cultura, gastronomia, folclore, religiosidade, sotaques, personalidades.

    Não nos transformemos numa massa amorfa de gentes sem rumos definidos e assumidos.

    Não se tenha medo de votar nos partidos recém-aparecidos.

    NÃO É OBRIGATÓRIO POR NENHUMA LEI VOTAR SEMPRE NO MESMO PARTIDO.

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