PAN DIZ QUE AÇORES DEVEM APROFUNDAR A RELAÇÃO COM PORTUGAL E COM A EUROPA

O líder do PAN/Açores, Pedro Neves, considerou hoje que o foco da missão autonómica passa por “aprofundar a relação” do arquipélago “com Portugal e com a Europa” e que deve ser a região a gerir o seu mar.

“Em véspera de eleições europeias e no dia de celebração da conquista da autonomia, não é excessivo destacar a centralidade que os Açores possuem na projeção euro-atlântica, sobretudo na construção e afirmação do projeto português na Europa. Temos o ónus de reiterar esta centralidade, sobretudo, junto dos atores políticos externos à região”, afirmou Pedro Neves.

O também deputado do PAN/Açores falava na sessão solene do Dia dos Açores, que este ano decorreu na sede da Assembleia Legislativa, na cidade da Horta, ilha do Faial.

Na sua opinião, o foco da missão autonómica “passa, também, por aprofundar a relação dos Açores com Portugal e com a Europa, assumindo, sem receios, a posição geoestratégica dos Açores no contexto euro-atlântico, sem prejuízo da dimensão que o ar e o mar dos Açores dão a Portugal e à Europa”.

“A centralidade oceânica do mar dos Açores faz deste o maior ativo regional. E a sua gestão deve caber aos Açores. Não aceitamos a qualidade de meros consultores na gestão do nosso património e daquilo que nos define”, disse.

O deputado regional do PAN lembrou na sua intervenção que, nas quatro décadas de emancipação e construção autonómica, a região assistiu a vários desafios impostos durante a consolidação das distintas etapas da sua missão, “numa perspetiva de combate às limitações impostas pela natural condição de insular”.

“Há que assinalar que a origem da nossa autonomia despertou interesse no âmago das relações internacionais, sendo pioneira na construção do seu modelo, ambicionando um processo evolutivo dinâmico, que sempre nos impeliu a trilhar um caminho sinuoso para maturação da autoafirmação no contexto nacional e mundial”, lembrou.

Pedro Neves disse ainda que esse modelo fica, em muito, a dever-se à valorização das especificidades arquipelágicas, “compostas por ecossistemas únicos”, sejam eles “sociais, académicos, científicos, culturais, financeiros ou naturais”.

“É a convivência harmónica destes ecossistemas que compõem o ADN da nossa matriz identitária, com um cunho etnográfico sem igual: a açorianidade”, justificou.

Segundo o deputado único do PAN/Açores “é este fado insular que dá a Portugal e à Europa a sua atual dimensão territorial, seja por ar, por terra ou por mar”.

A autonomia “não é apenas um mecanismo administrativo ou uma prerrogativa política, é a expressão da nossa identidade”, frisou.

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