MAIORIAS INEXISTENTES

Com a tomada de posse do novo Governo Regional dos Açores, saído das eleições do passado dia 04 de fevereiro, Notícias de Treta reparou que muitos comentadores da nossa praça dizem que o mesmo dispõe de uma maioria “relativa”, quando, na verdade, a coligação PSD/CDS/PPM que o suporta é minoritária em relação a todas as restantes forças no parlamento regional representadas.

Por outro lado, os mesmos comentadores afirmam que o Governo de António Costa, agora demissionário, dispôs e desperdiçou uma maioria “absoluta”, quando, na verdade, o PS é simplesmente maioritário em relação a todos os restantes partidos com assento na Assembleia da República.

Notícias da Treta faz notar que maioria significa a maior parte, ou seja, mais de metade, enquanto minoria corresponde à menor parte, isto é, menos da metade, logo, o novo governo dos Açores liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro é minoritário e, ao invés, o governo demissionário do socialista António Costa é maioritário, pela simples, lógica e natural razão de não haver maiorias “relativas” nem “absolutas”, mas tão-somente maiorias ou, em oposição, minorias.

Muitos discordarão desta interpretação de Notícias da Treta, pois a expressão maioria “absoluta” e “relativa” são frequente e abundantemente usadas por jornalistas, políticos, comentadores, politólogos e outras ilustres personalidades da nossa sociedade, mas vejamos o seguinte exemplo: Num acidente de aviação, felizmente, sobrevive a maioria dos passageiros. Nos noticiários subsequentes, não é dito nem escrito que a maioria “absoluta” dos passageiros sobreviveram, nem tão pouco, que a maioria “relativa” dos passageiros não sobreviveram.

Percebe-se então, que a expressão maioria “relativa” representa um artifício de comunicação para iludir para uma ordem de grandeza que não é real.

NT 05.03.2024