
O deputado do PSD/Açores Paulo Simões afirmou esta terça-feira que a “transparência” tem marcado a atuação do Governo da Coligação PSD/CDS-PP/PPM no processo de privatização da SATA Azores Airlines, declarando o apoio social-democrata à criação de uma comissão de acompanhamento, segundo nota de imprensa divulgada pelo partido.
De acordo com a nota de imprensa divulgada ontem, 9 de dezembro de 2025, pelo PSD/Açores, Paulo Simões interveio no debate de urgência, convocado pelo PS/Açores, sobre “a situação do grupo SATA”, na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, na cidade da Horta. O parlamentar social-democrata defendeu que a atual governação tem procurado conduzir o processo de privatização “com total transparência”, razão pela qual o partido apoia a criação de um mecanismo parlamentar para acompanhar os procedimentos.
Na sua intervenção, Simões atribuiu às anteriores governações socialistas a responsabilidade pelo estado financeiro da transportadora aérea regional. “Ouvimos aqui o PS falar da SATA como se os seus governos tivessem passado o testemunho, tivessem passado a SATA a este governo, uma empresa robusta, financeiramente sólida, com dados e resultados positivos”, afirmou, acrescentando: “Infelizmente, não é essa a verdade. Não foi este governo que deteriorou e destruiu a SATA, essa destruição foi feita pelo Partido Socialista.”
O deputado lembrou que, na sua perspetiva, a última fase de estabilidade da empresa remonta a 2007, “até à saída do CEO Manuel António Cansado”, após o que a SATA entrou numa “montanha-russa” de resultados até atingir, em 2012, um “total descalabro”. Assinalou ainda que em 2017 o PSD/Açores propôs “um pacto de regime” para resolver os problemas da empresa, sem que o PS tivesse respondido, acusando os socialistas de terem “duas caras”.
Paulo Simões apresentou também uma cronologia da evolução financeira da empresa entre 2018 e 2024. Segundo o deputado, “em 2018, a SATA internacional teve um prejuízo de 63,4 milhões de euros; em 2019, cerca de 56 milhões”. Já no período da atual coligação, referiu, os prejuízos foram de “50,3 milhões de euros em 2021” e “34,2 milhões de euros em 2022”, representando, sublinhou, “uma redução de 30%”.
O social-democrata comparou ainda os contextos económicos: “Quando a SATA obteve o seu pior resultado dos anos socialistas, em 2018, o cenário era favorável, como indicou inclusivamente o relatório do Tribunal de Contas.” Já o atual Governo, apontou, enfrenta “duas guerras, uma crise inflacionista” e continua a pagar dívidas como a aquisição do navio Cachalote, que “deixou a empresa sem recursos financeiros para pagar vencimentos em 2018”.
O comunicado refere ainda que, segundo relatórios internacionais citados pelo deputado, a SATA enfrentava problemas de organização e de contabilidade, “ao ponto de ser difícil apresentar números fidedignos”, bem como fortes problemas de tesouraria. A então diretora financeira, Teresa Gonçalves, é citada como tendo confirmado o elevado endividamento e dificuldades de fluxo de caixa em 2019.
Paulo Simões concluiu reiterando que o PSD/Açores apoia a constituição de um grupo de trabalho na Comissão de Economia para acompanhar a privatização da SATA, afirmando que o partido se pauta “pela total transparência, pois nunca tivemos nem temos nada a esconder”.
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