PAULO NASCIMENTO CABRAL DEFENDE REFORÇO DA COOPERAÇÃO EURO-MEDITERRÂNICA EM MISSÃO NO CAIRO

O eurodeputado Paulo Nascimento Cabral, do PSD, participou no Cairo numa missão de alto nível integrada no Fórum da Assembleia Parlamentar da União para o Mediterrâneo e na Cimeira de Presidentes de Parlamentos, destacando a necessidade de reforçar a cooperação entre as margens do Mediterrâneo, segundo nota de imprensa divulgada esta sexta-feira pelo seu gabinete.

De acordo com a nota de imprensa, a missão reuniu decisores políticos de toda a região euro-mediterrânica e integrou vários dias de trabalhos temáticos dedicados à revitalização do Processo de Barcelona e ao reforço da cooperação económica, política e social. Entre os temas abordados estiveram assuntos políticos e de segurança, direitos das mulheres, ambiente, energia e gestão da água, com o objetivo de formular recomendações para as instituições europeias e para os parceiros regionais.

“Esta missão serviu para debater como aumentar a cooperação”, afirmou Paulo Nascimento Cabral. O eurodeputado destacou que, ao nível político, “o debate tem sido centrado na situação em Gaza, na necessidade de stabilizar a região e iniciar a sua reconstrução”, mas advertiu que os debates não devem ser reduzidos exclusivamente a este tema. “Precisamos agora de recuperar relações, reconstruir parcerias e não acentuar as nossas divergências”, declarou.

Durante a missão, defendeu uma abordagem coordenada aos desafios atuais, valorizando o investimento em parcerias económicas sustentáveis, nomeadamente nos setores da agricultura, da resiliência hídrica e do hidrogénio verde. Na sua intervenção enquanto membro da Comissão de Energia, Ambiente e Água, salientou que o acesso europeu ao potencial de produção de hidrogénio verde “é essencial”, ao mesmo tempo que apontou a necessidade de melhorar a cooperação na gestão das pescas no Mediterrâneo — incluindo áreas marinhas protegidas, quotas e acesso aos recursos.

No domínio agrícola, alertou para a importância de desenvolver métodos de produção equitativos aos europeus, de forma a evitar concorrência desleal e a criar “um verdadeiro mercado único do Mediterrâneo”. Acrescentou ainda que práticas sustentáveis e o uso eficiente dos recursos hídricos são indispensáveis.

A participação das mulheres na vida política, social e económica foi igualmente destacada. O eurodeputado recordou que duas das três principais instituições europeias são lideradas por mulheres e classificou a ausência de participação feminina como “uma falha societal” e “um problema de competitividade”, sublinhando que o PIB europeu “poderia aumentar em 10%” se todo o potencial disponível fosse plenamente utilizado. Nesse contexto, elevou a importância da educação e formação, nomeadamente através da futura Universidade do Mediterrâneo.

Na sessão plenária de encerramento, Paulo Nascimento Cabral afirmou que “a União Europeia é o parceiro mais fiável dos países africanos”, defendendo uma cooperação assente no benefício mútuo. Realçou ainda a necessidade de manter o apoio à vizinhança num contexto de desafios ao próximo Quadro Financeiro Plurianual, que inclui cortes nas políticas comuns da Agricultura, das Pescas e da Coesão. “Continuaremos a apoiar os nossos vizinhos e parceiros porque acreditamos no multilateralismo e o mundo precisa de estabilidade e previsibilidade”, declarou.

O eurodeputado reuniu também com o embaixador de Portugal no Egito, Rui Tereno, encontro no qual foram discutidas questões geopolíticas e o papel de Portugal no Mediterrâneo. A nota refere que Cabral sublinhou o interesse dos Açores na presença da Agência Espacial Africana, sediada no Egito, e a importância da participação portuguesa no projeto da Universidade do Mediterrâneo.

No final da sessão, Paulo Nascimento Cabral recebeu uma medalha que assinala a sua participação ativa na missão, distinção atribuída pela Assembleia Parlamentar da União para o Mediterrâneo à Presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola. O eurodeputado afirmou sentir-se “honrado” por receber, em nome do Parlamento Europeu, uma distinção “carregada de simbolismo” e representativa “do contributo da União Europeia para esta cooperação”.