AÇORES ASSUMEM PRESIDÊNCIA DA RAEGE EM 2026

Os Açores vão presidir, pela primeira vez, ao Comité Executivo da Rede Atlântica de Estações Geodinâmicas e Espaciais (RAEGE) em 2026, decisão tomada por unanimidade na última reunião da entidade e anunciada pelo Secretário Regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades, Paulo Estêvão.

De acordo com a nota de imprensa divulgada na passada sexta-feira pela Secretaria Regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades, os Açores irão assumir em 2026 a presidência do Comité Executivo da RAEGE, órgão responsável pela definição das diretrizes de gestão e administração da rede, bem como pelo controlo das respetivas atividades.

O Comité Executivo é composto por seis membros, três nomeados pelo Instituto Geográfico Nacional de Espanha e três pelo Governo Regional dos Açores. Desde a criação da RAEGE, a presidência tem sido assegurada pela parte espanhola, mas na reunião realizada na sexta-feira foi deliberado, por unanimidade, que a liderança passará para os Açores.

“Esta decisão marca um momento histórico para a cooperação científica entre Portugal e Espanha, reforçando o papel estratégico dos Açores no desenvolvimento de projetos internacionais de geodesia e observação espacial”, afirmou Paulo Estêvão, que participou digitalmente na reunião.

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Criado em 2010, o projeto RAEGE nasceu de um memorando de entendimento entre o Governo de Espanha e o Governo dos Açores, prevendo a construção, instalação e exploração de quatro Estações Geodésicas Fundamentais: duas em Espanha (Yebes e Gran Canária) e duas nos Açores (Santa Maria e Flores).

Segundo o governante, “os Açores estão a afirmar-se cada vez mais nestas áreas. Os próximos dois anos são absolutamente decisivos e marcarão uma nova etapa. Esta foi uma semana particularmente importante, com a assinatura do protocolo para a aterragem do «Space Rider» em Santa Maria e a formalização, agora, da Região na Presidência do Comité Executivo da RAEGE”.

As infraestruturas da RAEGE permitem a monitorização de alta precisão do planeta, fornecendo dados essenciais para a comunidade científica. Estes dados possibilitam mapear e acompanhar alterações na forma, rotação e distribuição de massa da Terra, contribuindo para a atualização dos referenciais terrestres internacionais e para o estudo de fenómenos como as alterações climáticas e a variação do nível médio do mar. 

A rede integra ainda dois centros de base, localizados em Yebes e em São Miguel, responsáveis pelo funcionamento operativo das estações geodésicas, bem como pela manutenção e desenvolvimento dos equipamentos e infraestruturas.

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