
O coordenador regional do Bloco de Esquerda, António Lima, criticou este sábado a governação da coligação PSD/CDS/PPM nos Açores e acusou o PS de ter viabilizado o Orçamento Regional para 2026 “ao lado do Chega”, segundo um comunicado divulgado pelo Bloco.
O Bloco de Esquerda dos Açores divulgou este sábado, em comunicado de imprensa, a intervenção do coordenador regional do partido, António Lima, na convenção nacional do BE, que decorre em Lisboa. Perante centenas de militantes, o dirigente apontou “o rol de fracassos” da governação da direita na Região e lamentou que o Partido Socialista se tenha tornado “a segunda muleta da coligação” ao optar pela abstenção que permitiu a aprovação do Orçamento para 2026, “ao lado do Chega”.
Na intervenção citada no comunicado, António Lima criticou os resultados alcançados pelos executivos regionais liderados por PSD, CDS e PPM, afirmando que “na saúde, nunca houve tanta gente nos Açores à espera de uma cirurgia, nem durante a pandemia”. Acrescentou que “os números da pobreza pouco se alteraram”, apontando igualmente que “mais de 22 mil trabalhadores” permanecem com salários base inferiores a mil euros e que, nos 20 concelhos do país onde a esperança de vida é mais baixa, “11 são dos Açores”. Entre as críticas, destacou ainda “a privatização ruinosa da SATA”.
PUB.

O coordenador regional lembrou que o PS acusou o Governo Regional de “enganar os açorianos”, mas, ainda assim, viabilizou o orçamento. Para António Lima, “o Governo Regional do PSD, do CDS e do PPM engana todos os dias os açorianos”, mas perante esse cenário “é preciso ser consequente e construir uma política de verdade que responda hoje aos problemas das pessoas”, recusando “adiar soluções para daqui por 3 anos”.
O dirigente bloquista defendeu a necessidade de “um programa capaz de dar esperança a quem vive nos Açores e no país”, sustentado numa política que “respeite quem trabalha”, numa “nova política de habitação” assente na habitação pública e na regulação do Alojamento Local, e numa agenda fiscal que “acabe com as borlas fiscais que a direita dá às elites próximas do poder”.
Sobre a crise da SATA — cuja situação financeira levou a atrasos no pagamento de salários — António Lima reiterou que a solução deve passar “pela cooperação com a TAP”. No plano da saúde, afirmou que o partido quer “construir um Serviço Regional de Saúde que se reinvente, que não siga pela via da privatização e acabe com a captura por interesses económicos”.
O comunicado sublinha ainda que “é neste cenário negro, em que a contestação ao governo regional de direita nunca foi tão forte”, que foi aprovado o Orçamento dos Açores para 2026, com o PS a juntar-se ao Chega para garantir a viabilização da proposta apresentada pela coligação PSD/CDS/PPM.
© BE/A | Foto: BE/A | PE
