BE DENUNCIA ATRASOS NOS SUBSÍDIOS DE NATAL DA SATA E CRITICA GOVERNO DA COLIGAÇÃO

O Bloco de Esquerda dos Açores lamentou os atrasos no pagamento do subsídio de natal aos trabalhadores da SATA e responsabilizou o Governo Regional pela situação, que considera consequência de um processo de privatização “desastroso”.

De acordo com o comunicado de imprensa divulgada quinta-feira, 27 de novembro de 2025, pelo BE/Açores, o deputado António Lima alertou para o impacto da medida, afirmando que “este caminho que o governo está a percorrer está a levar a salários em atraso no grupo SATA” e já “está a afetar muitas famílias”.

O parlamentar criticou a justificação apresentada pela administração da companhia aérea e pelo secretário regional das Finanças, que atribuíram o atraso ao pagamento de seis milhões de euros relacionados com o processo do avião conhecido como “cachalote”. Para o BE, este argumento não é válido, uma vez que o pagamento estava previsto desde o início do ano e, além disso, ocorreram outras operações financeiras consideradas ruinosas, como o empréstimo de 60 milhões de euros contraído junto do JP Morgan, que em apenas nove meses custou seis milhões de euros à empresa.

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O Bloco recorda que denunciou este empréstimo e sublinha que a situação confirma os riscos da privatização da SATA. Durante o debate do Orçamento, o partido apresentou uma proposta para travar o processo, mas o secretário regional das Finanças reconheceu que a Região terá de assumir todo o passivo da companhia, o que, segundo o BE, demonstra que a privatização será “um desastre económico para os Açores”.

O comunicado refere ainda que o Bloco tentou introduzir no Orçamento uma norma que obrigasse à autorização parlamentar para qualquer privatização de empresas públicas. A proposta foi rejeitada, o que, na perspetiva de António Lima, significa dar “um cheque em branco” a um governo minoritário para decidir sobre o futuro das empresas do setor público empresarial.

Com esta posição, o BE/Açores reforça a sua crítica ao rumo seguido pelo executivo da coligação PSD, CDS-PP e PPM, responsabilizando-o pelos atrasos nos pagamentos e pelas consequências sociais e económicas que daí decorrem.

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