SEDES ALERTA PARA VULNERABILIDADE DA MOBILIDADE AÉREA NOS AÇORES

A SEDES Açores considera que a mobilidade aérea da Região Autónoma atravessa um momento de “elevada vulnerabilidade”, devido à saída anunciada da Ryanair, à indefinição sobre o futuro da Azores Airlines e à incerteza gerada pela privatização da TAP, segundo comunicado divulgado esta quarta-feira pela associação.

No comunicado de imprensa, a SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social – sublinha que a mobilidade aérea é “um dos pilares estruturantes da Autonomia e o principal garante da coesão territorial”, não podendo depender de “incertezas sucessivas ou de variáveis externas que a Região não controla”, conforme afirmou o presidente da SEDES Açores, Vítor Fraga.

A organização destaca que a proposta do Atlantic Connect Group para aquisição de 85% da Azores Airlines constitui um passo relevante, mas ainda distante da sua conclusão. O futuro da companhia depende da avaliação técnica do júri, das condições impostas pela Comissão Europeia no âmbito da reestruturação aprovada e da capacidade de execução de um plano sustentável a médio prazo. A SEDES recorda que a privatização da Azores Airlines resulta de obrigações europeias e que a operação da TAP, após privatização, poderá ser reconfigurada em função dos interesses dos novos acionistas.

Este cenário, refere a associação, introduz uma incerteza que deve ser encarada com “realismo e responsabilidade”. A SEDES reforça ainda que os custos da mobilidade territorial entre os Açores e o continente competem à República, no quadro constitucional da continuidade territorial e da igualdade material entre cidadãos portugueses. À Região cabe colaborar na definição do modelo, estabelecer prioridades, negociar mecanismos de serviço público e coordenar políticas setoriais, mas não assumir encargos permanentes.

“O contributo da Região deve centrar-se no planeamento, regulação e coordenação do sistema, assegurando que o modelo responde às necessidades dos Açorianos. A responsabilidade do financiamento territorial cabe ao Estado”, afirmou Vítor Fraga.

A associação defende como urgente a criação de um modelo estável e previsível de acessibilidade aérea, a clarificação do papel da Azores Airlines, a definição da presença da TAP nos Açores após privatização, a realização de uma avaliação técnica independente sobre cenários operacionais e impactos económicos, e uma abordagem despolitizada, centrada no interesse de médio prazo dos Açorianos.

“A SEDES Açores está totalmente disponível para contribuir com análise independente, rigor técnico e visão estratégica para soluções que garantam aos Açorianos uma mobilidade aérea estável, justa e sustentável”, concluiu o presidente da estrutura regional.

© SEDES | Foto: SEDES | PE

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