O deputado socialista Russell Sousa afirmou que o Plano e Orçamento Regional para 2026 não responde à crise da habitação nem às necessidades da juventude açoriana, alertando que a falta de execução do Governo “coloca em causa o futuro de quem quer viver, estudar e trabalhar nos Açores”, segundo nota de imprensa divulgada ontem pelo PS/Açores.

Na sua intervenção na Assembleia Legislativa Regional, Russell Sousa lamentou que “este Plano e Orçamento, mais uma vez, falha na habitação, falha na juventude e falha no essencial para o futuro dos Açores”.

De acordo com o comunicado do PS/Açores, o parlamentar sublinhou que o Governo Regional recebeu 65 milhões de euros através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para habitação – “o maior investimento de sempre” –, mas que os atrasos na execução e na reprogramação do investimento estão a pôr em risco o cumprimento das metas. “Este Governo só tinha de executar. E mesmo assim não o consegue fazer”, criticou, apontando que a construção prevista foi reduzida de 100 para 65 casas.

Russell Sousa alertou ainda que, sem o PRR, a média de construção é de apenas 0,25 casas por ano, considerando que “lançar procedimentos não são casas entregues às famílias, não significam execução”. O deputado destacou também o impacto direto do custo da habitação no acesso ao emprego e na fixação de profissionais qualificados, lembrando que os Açores foram a região do país onde os preços mais subiram no último ano: 28% em São Jorge, 26% em São Miguel, 24% na Terceira e 22% no Pico.

“Com um T1 a ultrapassar os 900 euros, nenhum jovem consegue iniciar vida própria nos Açores”, afirmou, acrescentando que vários professores recusaram colocações por não conseguirem arrendar casa. O socialista criticou a ausência de uma estratégia integrada de habitação e juventude, referindo que a falta de casas acessíveis está a levar jovens a abandonar estudos superiores e a afastar profissionais essenciais, como polícias, professores e técnicos de saúde.

“Políticas de juventude não se fazem apenas com viagens ou programas de mobilidade. São importantes, mas sem habitação acessível, nenhum jovem permanece, nenhum jovem constrói vida e nenhum jovem cria futuro aqui”, declarou.

Russell Sousa concluiu reafirmando que o Partido Socialista está disponível para dialogar e construir consensos, defendendo “uma política pública de habitação forte, estruturada e eficaz”, por considerar que “a habitação é demasiado importante para ligeireza e para o futuro dos Açores”.

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