BLUE AZORES DESTACA PAPEL DOS AÇORES NA PROTEÇÃO DOS OCEANOS NA COP30

Os Açores marcaram presença ativa na COP30, realizada em Belém do Pará, Brasil, entre 10 e 21 de novembro, através do Programa Blue Azores e do Governo Regional, sublinhando internacionalmente o papel pioneiro da região na conservação marinha e na ação climática global, segundo nota de imprensa divulgada ontem pelo Blue Azores.

De acordo com a nota do Blue Azores, a COP30 constituiu um momento decisivo para reforçar a ambição coletiva na proteção da biodiversidade e no reconhecimento do papel central do oceano no combate às alterações climáticas. O programa açoriano participou em diversos eventos oficiais e paralelos, consolidando o papel dos ecossistemas marinhos na resiliência ambiental e contribuindo para os objetivos multilaterais da conferência através de soluções baseadas na ciência e na participação comunitária.

O documento final da COP30, denominado “Decisão Mutirão”, destacou a importância vital de proteger, conservar e restaurar ecossistemas terrestres, marinhos e costeiros para atingir as metas do Acordo de Paris. Entre as conclusões, foi sublinhado o papel dos ecossistemas marinhos como sumidouros de carbono, essenciais para uma ação climática eficaz e sustentável.

O Blue Azores foi apontado como um dos exemplos mais ambiciosos de conservação marinha, tendo sido referido no Relatório de Resultados da Agenda Global de Ação Climática pela sua abordagem à governação dos oceanos e ao planeamento sustentável. Durante a conferência, o programa apresentou a Rede de Áreas Marinhas Protegidas dos Açores (RAMPA), que protege 30% do mar do arquipélago e constitui a maior rede de Áreas Marinhas Protegidas do Atlântico Norte.

Adriano Quintela, especialista em ordenamento do espaço marítimo, destacou que “o que os Açores alcançaram com a RAMPA não foi simplesmente assegurar 30% de proteção. Foi estabelecer um enquadramento que salvaguarda 100% do oceano”, sublinhando que o modelo pode ser replicado noutras regiões. Alonso Miguel, secretário regional do Ambiente e Ação Climática, reforçou que “proteger o oceano é agir pelo clima”, defendendo que as Áreas Marinhas Protegidas devem ser vistas como “caminhos para uma relação harmoniosa entre a humanidade e o oceano”. 

Os Açores foram também tema em eventos organizados no Pavilhão da Austrália e pela Fundação Oceano Azul, onde se refletiu sobre o papel do planeamento marítimo na transição energética justa e sobre a importância das áreas marinhas protegidas no nexo oceano-clima-biodiversidade.

O Programa Blue Azores, liderado pelo Governo Regional em parceria com a Fundação Oceano Azul e o Instituto Waitt, e em colaboração com a Universidade dos Açores, centra-se na conservação e utilização sustentável do mar do arquipélago, promovendo uma economia azul sustentável e valorizando o capital natural marinho da região.

© Blue Azores | Foto: Oceano Azul Foundation_COP 30 | PE