
A Secretária Regional da Saúde e Segurança Social, Mónica Seidi, anunciou esta terça-feira, na Assembleia Legislativa dos Açores, que o Governo Regional quer construir em 2026 um Serviço Regional de Saúde “mais próximo, ágil e humanista”, apoiado em tecnologia e financiado, em grande parte, pelo PRR, segundo informa uma nota de imprensa divulgada pela tutela.
De acordo com a nota de imprensa da Secretaria Regional da Saúde e Segurança Social, divulgada esta terça-feira, 25 de novembro, Mónica Seidi afirmou que o compromisso governamental para o próximo ano passa por um sistema de cuidados “que integra a tecnologia e coloca cada açoriano no centro das decisões e dos cuidados”. A governante, que intervinha no segundo dia de debate do Plano e Orçamento para 2026, sublinhou que as oportunidades do PRR permitirão ao Serviço Regional de Saúde (SRS) modernizar-se e tornar-se “competitivo e aliciante” para a fixação de profissionais.
Entre as medidas previstas, a Secretária Regional destacou a renovação do parque automóvel com 71 novas viaturas e a compra de robots cirúrgicos, cujos concursos deverão ser lançados “até ao final do presente ano”. Serão ainda adquiridos novos aparelhos de TAC para o Hospital da Horta e para a USI de São Jorge, bem como substituídos os equipamentos de Raio-X das ilhas do Corvo, Flores, São Jorge, Pico e São Miguel.
A governante justificou estas aquisições com a necessidade de substituir “todos os equipamentos obsoletos deixados pela governação socialista de mais de duas décadas”, afirmando: “Contra factos não há argumentos.”
No domínio da resposta às listas de espera, o Plano de Investimentos para 2026 inclui quatro programas distintos para especialidades cirúrgicas e não cirúrgicas. Segundo Mónica Seidi, o SRS aumentou “em 11% o número médio de doentes operados” entre maio de 2024 e outubro de 2025. No mesmo período, revelou, o agravamento da lista de inscritos no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) reduziu-se de 2,4% (entre maio e dezembro de 2024) para 1,2% (entre janeiro e outubro de 2025). “Estamos a recuperar”, afirmou, destacando o reforço das verbas para o Vale Saúde e para o Cirurge.
Quanto ao HDES, afetado por um incêndio em 2024, a Secretária Regional garantiu que o futuro da unidade está a ser definido “seguindo os trâmites legais”. Já existe, disse, uma preferência por um programa funcional que prevê a remodelação do edifício atual, a ampliação do SU/UCI, a melhoria da área de ambulatório e novas zonas logísticas. A responsável revelou também que está em estudo a aquisição de um aparelho de PET, destinado a doentes oncológicos, permitindo poupanças superiores a 500 mil euros anuais e evitando deslocações ao exterior.
Mónica Seidi salientou ainda que o HDES já apresenta melhorias visíveis: em 2026 foi atribuída, pela primeira vez, uma vaga para a especialidade médica de urgência no Hospital Modular, e a visita recente do Colégio de Medicina Intensiva resultou na atribuição de duas vagas adicionais para 2026, após reconhecer avanços “organizacionais, assistenciais e materiais”.
No âmbito dos comportamentos aditivos, a governante afirmou que a Task Force Açores tem desempenhado um “papel decisivo”, permitindo que, em 2026, seja possível criminalizar a substância NEP, medida alinhada com políticas nacionais e europeias. Para o próximo ano, o Governo Regional acordou ainda com as Casas de Saúde o aumento das diárias: 10% na Saúde Mental e 11% nos comportamentos aditivos, após anos de congelamento.
Relativamente às IPSS, e perante os atrasos de pagamentos por parte da República, Mónica Seidi assegurou que continuarão os esforços para que o IGF transfira as verbas em falta. O PRR permitirá ainda aumentar em mais de 240 vagas a capacidade de respostas sociais nas ilhas Graciosa, São Miguel, Flores e Pico, com nove empreitadas e um financiamento adicional de 1,6 milhões de euros.
A responsável destacou também o sucesso do programa Novos Idosos, que já abrangeu 519 beneficiários, com a meta para 2025 cumprida antecipadamente em setembro. O programa deverá manter-se em 2026 com financiamento do PRR.
“Sabemos bem onde estamos e para onde queremos ir. Na Saúde, este Governo deixará como legado um novo e moderno HDES”, concluiu a Secretária Regional.
INTERVENÇÃO DA SECRETÁRIA REGIONAL DA SAÚDE E SEGURANÇA SOCIAL
Texto integral da intervenção da Secretária Regional da Saúde e Segurança Social, Mónica Seidi, proferida ontem
, na Horta, na discussão do Plano e Orçamento para 2026:
“O compromisso do Governo dos Açores em 2026 para a Saúde é o de criar um sistema de maior proximidade, mais ágil e mais humanista, que integra a tecnologia e coloca cada açoriano no centro das decisões e dos cuidados.
Este é o caminho escolhido, conjugando as oportunidades dadas pelo PRR, que possibilitará ao SRS modernizar-se, diferenciar-se e tornar-se competitivo e aliciante para a fixação de profissionais de saúde.
Esta será uma oportunidade única para as nossas instituições, para que possam, por exemplo:
– Renovar o seu parque automóvel adquirindo 71 viaturas;
– Comprar robots cirúrgicos, cujo lançamento dos respetivos concursos ocorrerá até ao final do presente ano;
– Permitir ao Hospital da Horta e à USI São Jorge adquirir aparelhos de TAC;
– Substituir os RX das ilhas do Corvo, Flores, São Jorge, Pico e São Miguel;
– Comprar duas unidades móveis para rastreio do cancro da mama;
Através do PRR, a opção política deste Governo foi a de substituir todos os equipamentos obsoletos deixados pela governação socialista de mais de duas décadas.
Contra factos não há argumentos! E isso, não é, nem pode ser visto como irrelevante.
O Governo dos Açores está atento aos problemas dos açorianos, e recusa-se a aceitar resignado sem apresentar soluções. Com este propósito, antecipámos o início do funcionamento da linha de prevenção do suicídio na Região, que a partir de hoje já está disponível para ajudar quem mais precisa.
Tal como acontece noutros sistemas, o acesso aos cuidados de saúde é muitas vezes refém do aumento da atividade assistencial.
Nos Açores identificámos os pontos de estrangulamento e queremos atenuá-los.
É com base nesta premissa, que o plano de investimentos para 2026 contempla quatro programas diferentes para recuperação de listas de espera, para especialidades cirúrgicas e não cirúrgicas.
O programa DIAGNOSIS dirigido à recuperação de atividade hospitalar para consultas e exames já está a ser testado:
– No HDES, o programa de recuperação de colonoscopias, prevê a realização de mais 72 exames, para além da produção programada até final de 2025
– A nível de exames, nos primeiros nove meses realizaram-se mais 3350 exames neste regime de atividade.
Queremos em 2026 consolidar este programa, e alargá-lo a outras especialidades.
Relativamente às cirurgias, é notória a recuperação da atividade do SRS. No global, o SRS em outubro de 2025 aumentou em 11% o número médio de doentes operados desde maio de 2024
Entre maio e dezembro de 2024, o agravamento da lista de inscritos no HDES foi de 2.4%. Em 2025, entre janeiro e outubro, reduzimos esse agravamento para metade, ou seja 1.2%.
Graças ao empenho dos nossos profissionais de saúde, estamos a recuperar!
Mas queremos naturalmente responder de forma mais célere a quem aguarda, daí o reforço significativo das verbas para o Vale Saúde e para o Cirurge.
O futuro do HDES está a ser definido, seguindo os trâmites legais a que a Administração Central do Sistema de Saúde obriga.
Decorrem semanalmente as reuniões da comissão de análise, processo tecnicamente complexo e moroso.
Já foi identificada uma preferência clara por um dos programas funcionais que no geral prevê a remodelação do atual edifício, a ampliação do SU/UCI, a área de ambulatório e novas áreas para a logística.
Mas o novo HDES não será apenas betão. É necessário também diferenciar a resposta aos nossos utentes. Prova disso mesmo é a possibilidade de aquisição de um aparelho de PET, dirigido maioritariamente aos doentes oncológicos, que prevê uma poupança superior a 500 mil euros/ano, evitando deslocações para o exterior da Região.
Além disso, o investimento recente no HDES já está a produzir resultados. Prova disso, é o facto de, em 2026, ter sido atribuída pela primeira vez uma vaga para a especialidade médica de urgência, que funciona no Hospital Modular.
Ou até mesmo a visita recente do Colégio de Medicina Intensiva ao serviço que funciona também no Hospital Modular, e que destacou a evolução organizacional, assistencial e material, atribuindo-lhe duas vagas de especialidade para 2026.
Sabemos bem onde estamos e para onde queremos ir. Na Saúde, este Governo deixará, como parte do seu legado, um novo e moderno HDES.
Em 2026, vamos manter o nosso foco: as pessoas estão sempre no centro de ação governativa, sobretudo as mais vulneráveis.
No âmbito dos comportamentos aditivos, as políticas regionais estão em consonância com a política nacional, europeia e outras estratégias internacionais.
A Task Force Açores, que poucos tanto criticaram, tem desempenhado um papel decisivo.
Fruto deste trabalho, e graças à ação de vários intervenientes a nível regional, conseguimos diligenciar para que no próximo ano seja possível criminalizar a substância NEP, implicando pena de prisão.
Para 2026, queremos também reforçar a capacidade dos parceiros do setor que trabalham diretamente no eixo da prevenção e do tratamento.
O Governo Regional já acordou com as Casas de Saúde o valor das diárias no âmbito dos comportamentos aditivos e saúde mental, para os próximos quatro anos.
Para 2026, a diária aumentará 10% no caso da Saúde Mental e 11% para os comportamentos aditivos, depois de vários anos congelada pela governação socialista.
Uma palavra de solidariedade para as IPSS da Região Autónoma dos Açores, assumindo o momento delicado que atravessam. Não é justo que a República teime em não entender a nossa condição arquipelágica. Continuaremos a encetar todos os esforços, para que o IGF transfira o valor em falta do acordo de cooperação para o ISSA, pois não aceitamos que se “mudem as regas do jogo a meio”.
Também para área social, os investimentos PRR são de extrema importância, e permitem-nos dotar as nossas IPSS de melhores condições.
No próximo ano, aumentaremos a capacidade de várias valências nas áreas: do apoio aos idosos, ao público com necessidades especiais e o apoio à infância em mais de 240 novas vagas, nas ilhas Graciosa, São Miguel, Flores e Pico.
São nove empreitadas. Mais 240 vagas. E mais 1.6 milhões de euros de financiamento para as nossas instituições.
Relativamente ao programa Novos Idosos, que já abrangeu 519 idosos açorianos, o sucesso é inquestionável!
De tal forma, que antecipámos o cumprimento da meta já em setembro de 2025, e teremos a possibilidade de estender o mesmo até 2026 com financiamento do PRR.
Os idosos açorianos e as suas famílias reconhecem o trabalho deste Governo.”
DEBATE PARLAMENTAR
© GRA | Foto: MM | Vídeo: ALRAA | PE
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