O Governo Regional dos Açores concedeu apoio financeiro a 70 trabalhadores portugueses afetos às Forças dos Estados Unidos da América nos Açores (USFORAZORES), na sequência da paralisação orçamental do Governo norte-americano, anunciou esta quinta-feira a Vice-Presidência do Executivo.

A Vice-Presidência do Governo Regional dos Açores anunciou esta quinta-feira, 20 de novembro, que 70 trabalhadores portugueses ao serviço das Forças dos Estados Unidos da América nos Açores (USFORAZORES) beneficiaram de um apoio financeiro excecional e transitório, criado para mitigar os efeitos da recente paralisação orçamental do Governo dos EUA. A medida, em vigor desde 8 de novembro, consistiu num adiantamento reembolsável correspondente às remunerações líquidas em atraso, relativas ao período entre 7 e 20 de setembro de 2025.

De acordo com a nota de imprensa, o apoio vigorou até ao restabelecimento do normal processamento remuneratório, situação entretanto regularizada. O Vice-Presidente do Governo Regional, Artur Lima, sublinhou que o Executivo açoriano “agiu desde a primeira hora, no âmbito das suas competências, para instar o Governo da República a cumprir com o seu dever para com os trabalhadores da Base das Lajes”.

Artur Lima criticou a postura do Governo da República, considerando “incompreensível que tanto o Ministério dos Negócios Estrangeiros como o Ministério da Defesa se tenham ficado por uma mera avaliação de soluções, sem avançar com uma resposta para estes trabalhadores portugueses açorianos, que se encontraram numa situação à qual, obviamente, estes ministérios não são alheios”.

O governante destacou ainda a importância estratégica da Base das Lajes para Portugal, os Estados Unidos e a NATO, apelando a que os ministérios competentes “atuem em consonância com esta realidade e com as suas obrigações, e que respeitem o Governo dos Açores e o Povo Açoriano”.

“Empenhei-me ativamente na criação desta solução que permitiu assegurar que estes trabalhadores e as suas famílias pudessem fazer face às suas necessidades financeiras no imediato. O número de trabalhadores que a ela recorreram é demonstrativo do seu impacto concreto. Esta foi uma medida humana e necessária”, afirmou Artur Lima.

Apesar do restabelecimento dos pagamentos, o Vice-Presidente defende que cabe agora ao Governo da República preparar mecanismos de resposta para eventuais futuras situações semelhantes. “A circunstância destes trabalhadores resulta de um acordo entre dois Estados, e recordo que estes descontam para a Segurança Social, pelo que a solução pode facilmente ser concretizada, à semelhança da medida regional, através da Segurança Social”, referiu.

Artur Lima agradeceu ainda a colaboração do Instituto da Segurança Social dos Açores, “fundamental para a operacionalização desta medida”, e ao Comando da Zona Aérea dos Açores, pela disponibilização da informação necessária à concretização do processo.

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