O Bloco de Esquerda reagiu esta quinta-feira ao anúncio da Ryanair de abandonar as ligações aéreas com os Açores a partir de março de 2026, acusando a companhia de chantagem e o Governo Regional de irresponsabilidade na gestão da política de transportes.
Na sequência do comunicado da Ryanair, que anunciou o fim das operações para os Açores a partir de março do próximo ano, o Bloco de Esquerda considerou que esta decisão demonstra que “os Açores não podem ficar reféns de empresas privadas sem qualquer preocupação com a Região e com quem aqui vive”.
Em comunicado de imprensa, o partido recorda que “a Ryanair apenas voa para os Açores porque recebe subsídios públicos e sempre usou a chantagem como meio de extorquir avultados subsídios a uma região periférica e com poucos recursos”. O Bloco sublinha ainda que, segundo informação do Ministério das Infraestruturas, a companhia aérea recebeu “dezenas de milhões de euros em incentivos”.
Para o partido, a saída da Ryanair expõe a “irresponsabilidade total do Governo Regional” ao colocar o encerramento da SATA como única alternativa à privatização. “Significaria isso que os Açores ficariam totalmente dependentes da TAP – também ela em processo de privatização parcial – e nas mãos de empresas multinacionais milionárias, como a Ryanair, que não hesitarão em extorquir subsídios do orçamento dos Açores”, refere o comunicado.
O Bloco de Esquerda defende que o Governo Regional deve negociar com o Governo da República um acordo estratégico entre a TAP e a SATA, que evite “a privatização ruinosa da SATA Internacional ou o desastre que será o seu encerramento” e que assegure as ligações aéreas da Região ao território continental e à Madeira.
“Para uma região como os Açores o transporte aéreo é vital. O Governo Regional tem de mudar de rumo de uma vez por todas no transporte aéreo, sob pena de os Açores retrocederem décadas nesta área, o que terá consequências sociais e económicas inimagináveis”, conclui o partido.
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