ANA SURPREENDIDA COM SAÍDA DA RYANAIR DOS AÇORES E REFUTA CRÍTICAS SOBRE TAXAS

A ANA – Aeroportos de Portugal reagiu esta quinta-feira ao anúncio da Ryanair de abandonar as ligações aéreas com os Açores a partir de março de 2026, classificando a decisão como inesperada e rejeitando que as taxas aeroportuárias sejam a causa da retirada da companhia irlandesa.

A ANA – Aeroportos de Portugal manifestou surpresa face ao comunicado divulgado pela Ryanair, no qual a companhia aérea anuncia o fim das operações para os Açores a partir de março do próximo ano. Em declaração oficial divulgada esta quinta-feira, 20 de novembro, a ANA afirma que as conversações recentes com a transportadora irlandesa apontavam para um reforço da oferta de voos para Ponta Delgada, e não para a sua redução.

Segundo a declaração, hoje consultada pelo Praia Expresso, “as taxas aeroportuárias em vigor nos Açores, as mais baixas da rede, têm sido inalteradas em 2025, não tendo a ANA proposto qualquer aumento para 2026”. A entidade sublinha que, em termos reais, considerando o efeito da inflação, houve uma redução de custos, o que “não pode justificar a mudança de posição da companhia”.

A ANA assegura que o diálogo com a Ryanair se mantém aberto, com o objetivo de compreender os elementos novos que possam ter influenciado esta decisão, para além do “conhecido posicionamento de comunicação da companhia”. A gestora aeroportuária reafirma o seu compromisso com a conectividade aérea da Região Autónoma dos Açores, mantendo uma “colaboração estreita com o Governo Regional e entidades do turismo”, não só com a Ryanair, mas também com outros operadores.

A declaração da ANA recorda ainda que as rotas entre Ponta Delgada e Lisboa (PDL-LIS), bem como entre Ponta Delgada e Porto (PDL-OPO), atualmente operadas pela Ryanair, são igualmente asseguradas pela SATA e pela TAP, garantindo alternativas de ligação direta entre os Açores e o continente.

A saída da Ryanair dos Açores tem gerado reações políticas e institucionais, com críticas à atuação do Governo Regional e apelos à intervenção do Governo da República. A ANA, por seu lado, procura esclarecer que não houve alterações nas condições operacionais que justifiquem a decisão da companhia aérea, mantendo-se disponível para diálogo e soluções que preservem a conectividade da Região.

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