PS/AÇORES APONTA “FALTA DE RUMO” DO GOVERNO NA GESTÃO DA EMA-ESPAÇO

O PS/Açores considera que a audição parlamentar aos antigos responsáveis da Estrutura de Missão dos Açores para o Espaço (EMA-Espaço) confirmou a ausência de estratégia do Governo Regional para o setor, bem como as razões que estiveram na origem das recentes exonerações na entidade. As declarações foram avançadas pelo deputado socialista José Miguel Toste, citado em nota de imprensa divulgada terça-feira pelo partido.

O deputado do Grupo Parlamentar do PS/Açores, José Miguel Toste, afirmou que o partido saiu “esclarecido” da audição ao engenheiro Paulo Quental e ao engenheiro Duarte Cota, antigos responsáveis da EMA-Espaço, realizada na terça-feira na Comissão de Assuntos Sociais. Segundo o parlamentar, e de acordo com a nota de imprensa enviada pelo PS/Açores, ficou evidente “a falta de rumo do Governo na gestão daquela entidade”.

Durante a audição, referiu Toste, Duarte Cota “afirmou ter cessado funções por motivos estritamente profissionais”, enquanto Paulo Quental “confirmou ter comunicado ao Governo, um ano antes da sua exoneração, a intenção de deixar o cargo”. O ex-coordenador terá ainda explicado que “o desgaste acumulado, a falta de identificação com as alterações introduzidas pelo XIV Governo Regional e a instabilidade interna criada na tutela contribuíram para o seu afastamento”.

O deputado lamentou a perda de “um quadro altamente qualificado num setor estratégico”, sublinhando que o próprio Paulo Quental descreveu um conjunto de limitações graves impostas pela tutela à EMA-Espaço. Entre essas limitações, destacou-se “a falta de estratégia política clara para o setor; a ausência de acompanhamento direto da tutela política; a nomeação de responsáveis de ‘supervisão’ sem competência técnica para acompanhar o trabalho da EMA; a falta de disponibilidade do Secretário Regional para garantir relações institucionais essenciais; a redução de 50% do orçamento da EMA-Espaço no Plano de Investimentos para 2026, bem como a prioridade dada a outras áreas pela tutela, com prejuízo direto para a estratégia espacial dos Açores”.

Perante o quadro apresentado durante a audição, José Miguel Toste concluiu que o PS/Açores ficou esclarecido quanto às motivações das saídas dos responsáveis da EMA-Espaço. No entanto, alertou para um cenário “preocupante”: “a instabilidade, as ‘tricas’ internas e a falta de visão do Governo estão a comprometer um setor onde os Açores tinham condições para liderar e atrair investimento estratégico”, afirmou.

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