GOVERNO INAUGURA EXPOSIÇÃO DO LIFE IP CLIMAZ E DESTACA AVANÇOS NA AÇÃO CLIMÁTICA

O Secretário Regional do Ambiente e Ação Climática, Alonso Miguel, inaugurou esta terça-feira, no Viveiro Florestal de Espécies Autóctones de São Brás, a exposição itinerante do projeto LIFE IP Climaz, sublinhando o seu papel central na execução do Programa Regional para as Alterações Climáticas. A informação consta de uma nota de imprensa hoje divulgada pela Secretaria Regional do Ambiente e Ação Climática.

Segundo o comunicado, o LIFE IP Climaz, coordenado pela Secretaria Regional, representa “uma peça-chave” para operacionalizar o Programa Regional para as Alterações Climáticas, dispondo de um financiamento de cerca de 20 milhões de euros, cofinanciado em 60% pela União Europeia, a executar entre 2021 e 2030. O Programa Regional, aprovado em 2019, prevê 145 medidas, das quais 115 de adaptação e 30 de mitigação.

Segundo Alonso Miguel, o projeto deverá contribuir para implementar cerca de 75% das medidas de adaptação e 70% das medidas de mitigação, intervindo em áreas prioritárias como transportes e energia, agropecuária, florestas, gestão de riscos naturais, proteção costeira, ambiente marinho e recursos hídricos. O responsável destacou ainda o envolvimento de várias entidades parceiras, incluindo direções regionais, autarquias, a EDA e a Cooperativa União Agrícola.

O governante alertou para as “vulnerabilidades específicas” dos Açores, enquanto região arquipelágica remota, cada vez mais exposta a fenómenos extremos, subida do nível do mar, erosão costeira, intrusão salina, perda de biodiversidade e acidificação dos oceanos. Estes impactos, afirmou, atingem diretamente populações, infraestruturas, ecossistemas e setores estratégicos como agricultura, pescas e turismo.

Alonso Miguel recordou que a adaptação e mitigação climática têm sido uma prioridade do Governo Regional, que apresentou recentemente na COP 30, no Brasil, vários instrumentos estratégicos, entre os quais o próprio LIFE IP Climaz, o Roteiro para a Neutralidade Carbónica, a Agenda para a Economia Circular Regional, e projetos inovadores como Implacost e Planclimac 2.

O secretário destacou também os resultados já alcançados. No setor florestal, foram reconvertidas pastagens e recuperadas áreas invadidas por espécies exóticas, com a plantação de mais de 44 mil espécies nativas em 22 hectares. No setor agropecuário, foram testadas soluções para reforço da biodiversidade das pastagens e está em curso um ensaio para criação de um suplemento alimentar à base de algas destinadas a reduzir emissões de metano. Foram ainda instaladas seis estações agrometeorológicas e desenvolvida a aplicação AGRI_CUA.

No âmbito dos recursos hídricos, decorrem intervenções em 18 ribeiras identificadas no Plano de Gestão de Riscos de Inundações, que incluem limpezas, estabilização de margens, remoção de vegetação invasora e plantação de 35 mil exemplares de espécies endémicas, numa área de 25 hectares.

O setor dos transportes conta agora com 40 novos carregadores públicos para veículos elétricos e com uma plataforma-piloto de mobilidade partilhada para serviços do Governo Regional. Já no domínio da energia, foram substituídos 209 sistemas de aquecimento a gás por termoacumuladores elétricos, estando 280 candidaturas em fase de validação.

A nota destaca ainda que o projeto tem reforçado a capacitação e sensibilização da sociedade, com 47 ações de formação e 958 participantes, promovendo maior literacia climática na população.

Sobre a exposição agora inaugurada, Alonso Miguel afirmou tratar-se de um “instrumento importante de sensibilização e educação ambiental”, vocacionado para divulgar o projeto e o contexto das alterações climáticas nos Açores. A mostra, acrescentou, constitui “um excecional conteúdo didático e pedagógico” disponível para a população e, em particular, para as escolas, que desempenham um “papel estratégico” na disseminação do conhecimento.

© GRA | Foto: SRAAC | PE

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