
Os Açores estiveram esta semana representados na COP 30, em Belém do Pará, pelo Secretário Regional do Ambiente e Ação Climática, Alonso Miguel, que destacou a importância da adaptação regional, da cooperação internacional e do acesso a financiamento global para enfrentar os impactos das alterações climáticas, segundo uma nota de imprensa divulgada esta sexta-feira.
O Secretário Regional do Ambiente e Ação Climática, Alonso Miguel, marcou presença na 30.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (COP 30), que decorre em Belém do Pará, no Brasil. A participação dos Açores — considerada “muito relevante” pelo governante — visa reforçar a visibilidade internacional do trabalho desenvolvido na Região e abrir portas a novas parcerias, de acordo com a nota de imprensa divulgada pela Secretaria Regional.
Alonso Miguel sublinhou que os Açores constituem “um autêntico laboratório para a implementação de soluções inovadoras”, capazes de ser replicadas em territórios com desafios semelhantes. A presença na conferência global, afirmou, permite “estar no centro das discussões, na presença de líderes, cientistas e especialistas”, favorecendo a aprendizagem e o contacto direto com projetos em curso noutros países, bem como com potenciais fontes de financiamento que possam ser adaptadas à realidade regional.
O Secretário Regional voltou a salientar que os Açores são “muito mais vítimas das alterações climáticas do que responsáveis por este fenómeno”, recordando que a Região contribui apenas de forma “residual” para as emissões globais. No entanto, alertou, os efeitos já são visíveis, com o aumento da frequência e intensidade de fenómenos meteorológicos extremos, a subida do nível do mar, a erosão costeira, a intrusão salina nos aquíferos, a perda de biodiversidade e a acidificação dos oceanos — fatores que têm impacto direto em setores estratégicos como a agricultura, as pescas e o turismo.
Nesse sentido, Alonso Miguel reforçou que, embora seja necessário contribuir para a mitigação, é “sobretudo essencial” definir medidas concretas de adaptação. Entre os instrumentos desenvolvidos nos Açores e apresentados na COP 30, o governante destacou o Roteiro para a Neutralidade Carbónica, o Projeto Life IP Climaz, a Agenda para a Economia Circular Regional, e os projetos Implacost e Planclimac2, do programa INTERREG MAC, que “contribuem de forma decisiva para reforçar a resiliência climática” da Região.
O governante representou ainda os Açores numa sessão promovida pelo Pavilhão do Brasil sobre áreas marinhas protegidas, onde salientou a importância da Rede de Áreas Marinhas Protegidas dos Açores, “a maior do Atlântico Norte”, que abrange 30% do mar regional. Este facto, afirmou, “nos distingue e prestigia enquanto Região que lidera pelo exemplo”.
Na sua intervenção, Alonso Miguel frisou o compromisso firme dos Açores com a ação climática, assegurando que o objetivo é proteger populações, infraestruturas e ecossistemas naturais. Manifestou também a expetativa de que a COP 30 seja “uma conferência de concretizações”, capaz de acelerar a descarbonização e a transição energética com calendários e financiamento claros.
O Secretário Regional concluiu lembrando que as alterações climáticas exigem “cooperação internacional efetiva” e um compromisso sólido, sobretudo dos países e regiões mais poluentes. Sem acordos firmes, avisou, não será possível cumprir o Acordo de Paris, e “as regiões mais impactadas serão as mais vulneráveis, como acontece com os Açores”.
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