O PS/Açores acusa o Governo Regional de falta de transparência na gestão da Estrutura de Missão dos Açores para o Espaço (EMA-Espaço), enquanto o PPM responde, acusando os socialistas de divulgarem “notícias falsas” e exige esclarecimentos formais ao Executivo.

A sucessão de demissões na Estrutura de Missão dos Açores para o Espaço (EMA-Espaço) originou um confronto político entre o Partido Socialista e o Partido Popular Monárquico. Numa nota de imprensa divulgada terça-feira pelo PS/Açores, a deputada Sandra Costa Dias classificou como “inaceitável” a instabilidade na estrutura, alertando para “um estado preocupante de indefinição e fragilidade” no setor espacial da Região.

Segundo o PS, a saída do coordenador Paulo Quental e, mais recentemente, de Duarte Cota — ambos ligados ao desenvolvimento da estratégia espacial regional — seria “sintomática de má coordenação política, ausência de orientação estratégica e potenciais interferências sem competência técnica”. Sandra Costa Dias questiona mesmo o futuro da estrutura, referindo alegadas propostas de extinção devido à eventual sobreposição com a nova sede da Agência Espacial Portuguesa nos Açores.

Face a este cenário, o PS anunciou ter solicitado a audição parlamentar urgente dos dois antigos responsáveis, defendendo que “a transparência é essencial”.

A reação não tardou. Esta quarta-feira, o PPM/Açores divulgou um comunicado de imprensa no qual afirma que o PS “mentiu” ao associar a saída de Duarte Cota a críticas ou discordâncias públicas com a tutela governamental.

No documento, enviado às redações pela Representação Parlamentar do PPM, lê-se:

“Procurámos e não encontrámos nenhuma referência oficial ou qualquer declaração pública de Duarte Cota a este respeito. Portanto, o Grupo Parlamentar do PS mentiu. Difundiu notícias falsas (…) sem qualquer documentação ou declaração que o comprove.”

O PPM considera que o PS constrói um “discurso-catástrofe, baseado em fake news”, e recorda que é público que Duarte Cota deixou a EMA-Espaço para integrar os quadros da Agência Espacial Portuguesa.

O partido, representado pelo deputado João Mendonça, enviou um requerimento ao Presidente da Assembleia Legislativa dos Açores, solicitando esclarecimentos formais ao Governo Regional. Entre as oito questões colocadas constam pedidos de cópia do pedido de exoneração de Duarte Cota e a clarificação sobre se existiram críticas à tutela, bem como detalhes sobre o processo de ingresso do ex-vogal na Agência Espacial Portuguesa.

O requerimento questiona também se Duarte Cota desempenhou funções de representação após a saída do coordenador da EMA-Espaço e qual a avaliação do Governo relativamente ao seu desempenho.

Perante as dúvidas levantadas, Sandra Costa Dias insiste na necessidade de clarificação por parte do Executivo. Na nota de imprensa, a deputada afirma que “o Governo Regional tem a obrigação de explicar o que se está a passar e qual o futuro da EMA-Espaço”, exigindo “respostas claras”.

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