PS/AÇORES ACUSA GOVERNOS DA REPÚBLICA E REGIONAL DE “BRINCAREM COM OS TRABALHADORES DA BASE DAS LAJES”

O líder parlamentar do PS/Açores, Berto Messias, acusou esta sexta-feira os Governos da República e Regional de “brincarem com os trabalhadores da Base das Lajes”, alertando para o impacto dramático que a falta de pagamento dos salários está a ter na vida das famílias terceirenses. A posição foi expressa após uma reunião com o SITACEHTT/Açores e consta de uma nota de imprensa divulgada pelo Grupo Parlamentar socialista.

O Grupo Parlamentar do PS/Açores reuniu-se esta sexta-feira com o SITACEHTT/Açores (Sindicato dos Trabalhadores da Indústria, Agricultura, Comércio, Escritórios e Hotelaria e Turismo) para analisar a situação dos cerca de 420 trabalhadores portugueses da Base das Lajes que continuam sem receber salários, na sequência do impasse orçamental nos Estados Unidos.

Em comunicado, o partido denuncia que a ausência de soluções concretas “já está a ter impactos reais na vida das famílias terceirenses”, que enfrentam dificuldades em pagar rendas, prestações e despesas básicas. Segundo Berto Messias, “o Governo da República e o Governo Regional estão a brincar com os trabalhadores da Base das Lajes”.

“Estamos a falar de salários, de rendas e de comida na mesa, não de diplomacia abstrata. As pessoas não podem esperar”, afirmou o líder parlamentar socialista, citado na nota de imprensa.

Messias lamentou que, várias semanas após o início do problema, ainda não existam medidas efetivas para resolver a situação. O deputado recordou que o Governo da República “afirmou estar a estudar soluções, mas sem as detalhar”, e que o Primeiro-Ministro não respondeu à interpelação do PS/Açores durante o debate do Orçamento do Estado. Também o Vice-Presidente do Governo Regional “admitiu poder pagar salários, mas sem qualquer concretização”.

O socialista criticou ainda a resposta do Presidente do Governo Regional após uma reunião com o Primeiro-Ministro, considerando-a insuficiente. “Na prática, limitar a resposta à abertura de contactos com a banca não é solução – não garante que os salários sejam pagos nem assegura qualquer prazo. Isto é brincar com a vida das pessoas”, afirmou Berto Messias, exigindo que o Governo da República assuma a responsabilidade que lhe cabe e dê garantias imediatas aos trabalhadores açorianos.

“O tempo das promessas já passou: é preciso garantir que ninguém fica sem salário. Isto já não está na fase de dizer que se está a empenhar; está na fase de resolver”, reforçou.

O líder parlamentar do PS/Açores defendeu que o Governo da República deve assegurar de imediato o pagamento dos salários em atraso, à semelhança do que foi feito em países como Alemanha e Espanha, para depois ativar os mecanismos de ressarcimento junto dos Estados Unidos.

Por outro lado, Messias apelou ao Governo Regional para que “deixe de proteger a República” e exija uma solução definitiva que garanta “dignidade aos trabalhadores portugueses da Base das Lajes”.

“Estas famílias não podem continuar reféns de um bloqueio político nos Estados Unidos. São trabalhadores portugueses, em território português, sob responsabilidade do Estado português, mas são também açorianos, pelo que o Governo Regional não pode demitir-se do seu dever de proteção”, concluiu o parlamentar.

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