
O líder do PS Açores, Francisco César, voltou quinta-feira a exigir que o Governo português assuma de imediato o pagamento dos salários em atraso aos trabalhadores portugueses da Base das Lajes, afetados pelo “shutdown” norte-americano.
Segundo a nota de imprensa divulgada pelo PS/Açores, os trabalhadores receberam há mais de duas semanas a confirmação de que não seriam pagos três dias de salário relativos ao mês de outubro e continuam sem qualquer previsão para a regularização dos rendimentos. Francisco César classificou a situação como “inaceitável e profundamente injusta”.
“Estamos a falar de famílias açorianas que dependem inteiramente destes rendimentos, numa ilha onde a economia é limitada e cada salário conta”, afirmou o vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS na Assembleia da República, citado na mesma nota.
O dirigente socialista alertou para o impacto económico e social da crise salarial. “Estes trabalhadores são parte integrante da comunidade terceirense, sustentam o comércio local, pagam as suas casas e fazem a economia girar. Não podem ser tratados como números de um contrato internacional, sem respostas nem garantias”, sublinhou.
A presença de trabalhadores portugueses na Base das Lajes depende de um acordo internacional entre Portugal e os Estados Unidos, que prevê a existência de pessoal nacional ao serviço na infraestrutura militar estratégica localizada na Terceira.
Na comparação com outros países, Francisco César lembrou que governos como o da Alemanha e o de Espanha já avançaram com medidas de contingência para assegurar os salários dos seus cidadãos empregados em bases norte-americanas. “É urgente que o Governo português faça o mesmo. O Estado deve assumir os salários em atraso e garantir o reembolso posterior. O que está em causa é o sustento de dezenas de famílias e a estabilidade de uma comunidade inteira”, defendeu.
O líder do PS Açores recordou ainda que apresentou um requerimento no Parlamento nacional a questionar o executivo e garantiu que continuará a pressionar. “Já passaram semanas desde o início do problema e o silêncio do Governo é incompreensível. Os trabalhadores da Base das Lajes merecem respeito e proteção do seu próprio país”, frisou.
A nota de imprensa destaca também que o apelo à intervenção do Governo português tem vindo de várias entidades, incluindo o SITACEHTT, a Comissão Representativa dos Trabalhadores, o Governo Regional e a Assembleia Legislativa dos Açores, onde foi aprovada uma resolução do Bloco de Esquerda para reforço da ação diplomática em defesa dos trabalhadores das USFORAZORES. Até ao momento, não há solução anunciada.
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