
O Vice-Presidente do Governo Regional dos Açores, Artur Lima, destacou o Centro Interpretativo da Base das Lajes como “uma iniciativa de carácter estratégico para a ilha Terceira e para toda a Região”, sublinhando o seu papel na preservação da memória coletiva e na dinamização do desenvolvimento regional. O governante falava na terça-feira, em Angra do Heroísmo, na abertura da conferência “Centro Interpretativo da Base das Lajes – Visões de Futuro”, segundo nota de imprensa divulgada esta quarta-feira pela Vice-Presidência do Governo Regional.
Durante a sessão, que decorreu no Palácio dos Capitães Generais, Artur Lima sublinhou que o futuro Centro Interpretativo da Base das Lajes permitirá “preservar a nossa história e identidade ao aprofundar o conhecimento sobre as transformações sociais, económicas e culturais” resultantes da presença militar norte-americana na Terceira.
Segundo o Vice-Presidente, a criação do centro “abrirá caminho a novas formas de desenvolvimento e dinamização económica”, constituindo-se como um instrumento de valorização do património e de reflexão sobre o papel dos Açores no Atlântico. “Investigar a relevância da Base das Lajes para o papel dos Açores no Atlântico e no mundo, ao longo da história, é afirmar uma posição lúcida, participativa e aberta ao diálogo”, afirmou.
Artur Lima frisou que o projeto tem uma dimensão estratégica, tanto para a ilha como para a Região, considerando que o conhecimento produzido no âmbito do centro poderá contribuir para um “desenvolvimento regional e local vantajoso”, alicerçado na história e na posição geoestratégica do arquipélago.
O Vice-Presidente do Governo recordou também a influência cultural e social exercida pela Base das Lajes desde a sua instalação em 1941, referindo que “a criação da Base assinala o início de uma série de mudanças estruturais e culturais que perduram até hoje”. Para muitos açorianos, acrescentou, “significou uma oportunidade de mobilidade social” e “um estímulo à atividade económica”.
Na sua intervenção, o governante realçou ainda que “a forma como pensamos o nosso papel no mundo define-se, em grande medida, pela existência da Base das Lajes”, lembrando a sua importância para a Autonomia Regional e para a própria integração de Portugal na NATO. “É pelo interesse estratégico dos Açores e pela existência da Base das Lajes que Portugal é membro fundador da NATO”, sublinhou.
Sobre o papel atual da infraestrutura, Artur Lima considerou que “num momento de reconfigurações mundiais, de rápidos desenvolvimentos geopolíticos e tecnológicos, a Base das Lajes mantém um papel central”, sendo um ativo relevante “para Portugal, para os Estados Unidos e para a NATO, tanto em tempo de guerra como em períodos de paz”.
O Vice-Presidente concluiu a sua intervenção defendendo que “é obrigação da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) apoiar este projeto”, recordando que “esta existe, comprovadamente, documentalmente e financeiramente, devido ao Acordo da Base das Lajes”.
A conferência “Centro Interpretativo da Base das Lajes – Visões de Futuro” contou com três sessões temáticas. A primeira, proferida pelo Doutor Pedro Ventura, abordou “O Poder Aéreo nos Açores: da Segunda Guerra Mundial aos desafios do século XXI”. Seguiu-se a intervenção do Professor Doutor Luís de Andrade sobre “Os Açores e as Relações Internacionais: uma reflexão”. A terceira sessão, apresentada pelo Doutor Armando Mendes, centrou-se em “Centro Interpretativo da Base das Lajes: o estado da arte”, culminando num debate moderado pelo próprio.
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