
Faz hoje, domingo, 19 de outubro, uma semana desde que Vânia Ferreira foi reeleita presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, pela coligação PSD/CDS-PP, com 5.194 votos (49,97%). Apesar de ter garantido a maioria na vereação (4/3), a autarca alcançou a reeleição mais apertada da história democrática do concelho, num resultado que contrasta com as expressivas vitórias dos seus antecessores.
Uma semana depois do ato eleitoral de 12 de outubro, a reeleição de Vânia Ferreira à frente da Câmara Municipal da Praia da Vitória confirma a continuidade política da coligação PSD/CDS-PP, mas está longe dos números alcançados pelos dois presidentes anteriores reeleitos para um segundo mandato. A coligação obteve 5.194 votos (49,97%), ficando a sete votos da maioria absoluta em votos, assegurando, no entanto, a maioria na vereação, com quatro mandatos contra três do (PS).

O resultado, embora distanciado dos dois concorrentes diretos, fica longe de ser esmagador quando comparado com as anteriores reeleições de presidentes em exercício na história democrática do município. Vânia Ferreira tornou-se a terceira autarca a conseguir um segundo mandato consecutivo, depois de José Fernando Gomes (PSD) em 1997 e Roberto Monteiro (PS) em 2009 — ambos reeleitos com votações significativamente superiores e que mais tarde cumpriram três mandatos consecutivos, o limite legal de 12 anos.
Nas eleições de 1997, José Fernando Gomes alcançou 5.432 votos (59,44%), obtendo uma maioria confortável e quatro mandatos, com o PS a somar 2.330 votos (25,50%) e dois vereadores, enquanto o CDS-PP elegia um, com 1.113 votos (12,18%). Na altura, estavam inscritos 17.144 eleitores, e a abstenção fixou-se em 46,70%.

Doze anos depois, em 2009, o socialista Roberto Monteiro conquistou a vitória mais expressiva de sempre desde que há registos oficiais publicados em Diário da República (1989), ao obter 7.304 votos (69,50%) e uma maioria de cinco vereadores, contra dois do PSD, que somou 2.505 votos (23,84%). Nesse sufrágio, com 18.872 eleitores inscritos, votaram 55,95%, registando-se uma abstenção de 44,05%. O CDS-PP obteve 396 votos (3,77%), e o Bloco de Esquerda, 92 votos (0,88%).

Essas eleições de 2009 ficaram ainda marcadas por um feito inédito: o Partido Socialista venceu todas as Assembleias de Freguesia do concelho — algo que nunca mais se repetiu, nem com o PS, nem com qualquer outra força política.
VITÓRIA SEGURA, MAS POLITICAMENTE CONTIDA

Em contraste com os dois anteriores presidentes reeleitos, Vânia Ferreira assegurou a reeleição com uma vitória política reduzida, traduzida numa percentagem inferior a 50% dos votos depositados nas urnas, indicando um apoio eleitoral suficiente, mas não esmagador.
A coligação PSD/CDS-PP obteve uma vantagem de 1.203 (11,58%) votos sobre o PS, liderado por Marco Martins, e 4.473 (43,02%) votos sobre o candidato do Chega, Francisco Lima. Apesar desta diferença confortável em número de votos, a vitória de Vânia Ferreira é a menos expressiva das três reeleições registadas na Praia da Vitória
Não obstante, esta vitória reforça Vânia Ferreira como uma das figuras centrais da política praiense atual e confirma a continuidade de um projeto político de centro-direita que tem marcado o executivo municipal nos últimos quatro anos.
Tal como os seus antecessores, Vânia Ferreira poderá aspirar, em 2029, a um terceiro e último mandato consecutivo, caso mantenha a confiança do eleitorado, tal como aconteceu com José Fernando Gomes e Roberto Monteiro. Para já, a sua reeleição fica registada como um triunfo político relevante, mas sem o fulgor das reeleições anteriores.
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