CHEGA CRITICA “DESCRIÇÃO FLOREADA” DE BOLIEIRO E ACUSA GOVERNO DE “VIVER DO CARTÃO DE CRÉDITO”

O líder parlamentar do Chega nos Açores, José Pacheco, acusou esta terça-feira o Presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, de apresentar uma “descrição bonita e floreada” do estado da Região, criticando a gestão financeira do executivo e alertando que “o plafond do cartão de crédito está a chegar ao fim”.

Em nota de imprensa divulgada esta terça-feira, 14 de outubro, o Chega Açores reagiu à intervenção do Presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, considerando que o governante “pinta um retrato irreal” da situação económica e social do arquipélago.

Segundo o comunicado, o líder parlamentar do partido, José Pacheco, afirmou que Bolieiro fez “uma descrição bonita e floreada do estado da Região”, mas defendeu que o chefe do executivo “devia prestar contas ao Parlamento mais frequentemente”.

José Pacheco criticou ainda a gestão orçamental do Governo Regional, referindo-se à transferência de seis milhões de euros do setor agrícola — verba destinada aos caminhos agrícolas — para o poder local, em período pré-eleitoral. “Ao retirar dos caminhos agrícolas, os novos presidentes de junta vão ter lama à porta das juntas, porque os caminhos agrícolas estão péssimos”, declarou.

O deputado recordou que o montante acabou por ser reposto na agricultura, mas “à custa do setor das pescas”, do qual foi retirado o mesmo valor. “Não acham muita coincidência que seis milhões de euros tenham sido destinados ao poder local em período autárquico?”, questionou José Pacheco, acrescentando que “o povo tem os olhos abertos, agora se se vende por uma lata de tinta já é outra conversa”.

De acordo com a nota de imprensa, o líder parlamentar lamentou também que o Presidente do Governo Regional não tenha abordado “temas essenciais” como a situação da SATA, que representa, segundo disse, “mais 40 milhões de euros para o povo pagar”, nem a redução de beneficiários do Rendimento Social de Inserção.

José Pacheco criticou ainda a omissão de outras medidas sociais e económicas, referindo-se ao “cheque pequenino” e ao apoio à natalidade, que, segundo afirmou, “foram propostas do Chega incluídas no Orçamento da Região”. O parlamentar lembrou também que o “cheque saúde”, aprovado pelo Parlamento Regional, “ainda não foi implementado”.

“Não podemos continuar a viver na ilusão. Este Governo continua a viver do cartão de crédito, mas o plafond está a chegar ao fim”, alertou José Pacheco, sublinhando que “o povo está cansado” e que o executivo “não reconhece a realidade de uma Região endividada e com empresas falidas”.