QUATRO ANOS A CRITICAR, PARA SER IGUAL

Nos últimos quatro anos, a gestão da autarquia tem demonstrado uma preocupante falta de respeito pelos seus funcionários. A prática de despedimentos ilegais, muitas vezes apoiados por justificações pouco credíveis, criando um ambiente de angústia e pressão constante, mantendo os trabalhadores na insegurança quanto à sua estabilidade no emprego.

No dia 1 de setembro de 2023, a situação atingiu um ponto crítico, quando a autarquia recorreu à presença da PSP para anunciar, à porta do local de trabalho, o despedimento de mais de 30 funcionários, sem qualquer justificação plausível. Este ato, para além de ilegal, revelou uma total insensibilidade e desrespeito pelos direitos e dignidade dos trabalhadores.

Felizmente, graças à união dos trabalhadores, à firme atuação da comissão de trabalhadores e ao apoio fundamental dos advogados, grande parte deste problema foi resolvida, garantindo algum alívio e justiça para os afetados.

Agradecemos ainda publicamente à ex-deputada Alexandra Manes, aos deputados regionais na altura e ao Governo Regional pelo esforço e compromisso demonstrados na integração dos funcionários despedidos, mostrando solidariedade e responsabilidade social perante esta difícil situação.

Importa também salientar os aumentos indevidos que levaram à greve dos funcionários da Praia Ambiente, um claro sinal de que a luta pelos direitos laborais continua a ser uma necessidade urgente.

Revelar ainda uma preocupante falta de atenção e manutenção dos espaços públicos, nomeadamente nos estabelecimentos escolares e infraestruturas desportivas. Salas de aulas com infiltrações persistentes continuam a pôr em causa a segurança e o bem-estar dos alunos, realçando a falta de manutenção nas infraestruturas da responsabilidade autárquica que servem de Creche e ATL.

Os pavilhões desportivos municipais encontram-se em condições precárias, com infiltrações durante os dias de chuva que colocam em risco a integridade física dos atletas, situação esta já por diversas vezes alertada, mas sem qualquer resposta efetiva por parte da autarquia enquanto as instituições e seus dirigentes são deixados à sua sorte, sem o apoio necessário para resolver estas situações.

Além disso, existem sobras de caminho que ficou por alcatroar e acumulação de lixo nas freguesias, muitas vezes com recolhas atrasadas, possivelmente devido à falta de condições adequadas para que os trabalhadores possam realizar os seus serviços com eficácia.

Apesar destas necessidades básicas não serem atendidas, a autarquia tem dedicado recursos importantes para apoiar diversas iniciativas culturais e sociais, como subsídios para novelas, numa clara demonstração de prioridades desalinhadas.

Nos momentos críticos, como durante as cheias recentes, a falta de coordenação e apoio foi evidente em que um dos presidentes de junta foi deixado sozinho, tendo que recorrer a um habitante que lhe emprestou transporte, uma vez que o município não dispunha de meios para o apoiar.

Ainda na atual gestão autárquica tem demonstrado uma clara incapacidade em promover o desenvolvimento cultural, social, educativo e económico do concelho. A cultura tem sido sistematicamente deixada de lado, com uma gritante falta de atividades culturais que deveriam envolver a comunidade, dinamizando os espaços públicos e enriquecer a identidade local.

Enquanto isso, continua a faltar investimento sério na área da educação. Há uma necessidade urgente de criação de mais atividades escolares extracurriculares, bem como apoios efetivos aos alunos com maiores dificuldades socioeconómicas. A ausência de medidas para adaptar as condições escolares às necessidades de alunos com problemas de saúde é igualmente grave e revela uma preocupante falta de sensibilidade social.

No setor do turismo, o panorama é desolador: nada foi feito de relevante. As ruas da cidade continuam vazias, sem movimento, e os comerciantes têm sido deixados por sua conta e risco, sem qualquer estratégia de apoio ou dinamização. A autarquia tem-se mostrado totalmente incapaz de atrair e motivar novos empresários a investir e sediar-se no concelho, o que contribui para o agravamento económico e social do nosso concelho.

Há também uma notória desvalorização de projetos sociais e educativos, que poderiam ser pilares de transformação e inclusão. O caso mais emblemático é o abandono do projeto Terceira Tech Island, que tinha potencial para colocar o município no mapa da inovação tecnológica e criar oportunidades de futuro para os jovens da região.

Por fim, a gestão de recursos humanos ou falta dela, em que nos últimos 4 anos criticou-se muito os tachos e tachinhos na Praia da Vitória e enquanto houve CPC, para espanto de todos, aconteceu o mesmo, não necessitando de ir muito longe, olhando para as listas mais do que divulgadas e veremos lá alguns nomes, dispensando pessoas mais antigas e os mais recentes a ficar. Vamos lá saber porque.

Este abandono das funções essenciais e a má gestão das prioridades da autarquia, juntando a falta de visão estratégica e à falta de ação em áreas fundamentais, são um sinal claro da necessidade urgente de mudança e de um compromisso real com o bem-estar dos munícipes e valorização do concelho.

Wilson Fagundes