
O eurodeputado do PSD, Paulo do Nascimento Cabral, defendeu esta sexta-feira que a União Europeia deve assegurar políticas e financiamentos específicos para as Regiões Ultraperiféricas (RUP), sob pena de estas ficarem para trás no processo de transição energética. A posição foi expressa durante a conferência final do projeto “TwInSolar – Melhorar a investigação e a inovação para alcançar uma integração massiva de energias solares renováveis”, realizada na Ilha da Reunião, segundo nota de imprensa do seu gabinete.
Na sua intervenção, o eurodeputado sublinhou que “a autonomia estratégica da União Europeia é hoje mais necessária do que nunca”, advertindo para a dependência energética externa e para a desvantagem competitiva face a economias como os Estados Unidos e a China. “Só quando os europeus, as indústrias e empresas europeias tiverem preços baixos de energia é que irão valorizar as energias renováveis. É urgente baixar os preços da energia”, frisou.
Paulo do Nascimento Cabral destacou que esta questão é particularmente sensível para os Açores, a Madeira e a Reunião, regiões que enfrentam o desafio de garantir o seu próprio abastecimento energético. “A transição energética para energias limpas só será possível se houver apoios específicos e adequados. Não podemos deixar ninguém para trás”, afirmou, lamentando a ausência da continuidade do Fundo para a Transição Justa na proposta da Comissão Europeia para o novo Quadro Financeiro Plurianual.
O eurodeputado alertou ainda que “as RUP correm o risco de ser esquecidas” e defendeu a necessidade de políticas direcionadas, acompanhadas de financiamento adequado, à semelhança do POSEI. “Para além de políticas e financiamentos, estas regiões precisam também de tempo para se poderem adaptar e desenvolver as estruturas necessárias para esta transição”, acrescentou.
Durante a conferência, em que também participou a Diretora Regional da Energia, Joana Ferreira Rita, Paulo do Nascimento Cabral destacou o potencial das energias renováveis no contexto insular, defendendo uma aposta diversificada que vá além da energia solar, incluindo “energias eólicas offshore, marés, ondas e biometano agrícola”.
O eurodeputado defendeu igualmente a importância de envolver as comunidades locais na transição energética. “Precisamos de mudar a forma como olhamos para este processo: os cidadãos devem sentir-se parte dele. Só assim será possível garantir verdadeira aceitação social das energias renováveis”, afirmou.
Sublinhando que a União Europeia é responsável por apenas 7% das emissões globais mas “tem a maior ambição climática mundial”, Paulo do Nascimento Cabral concluiu que “a transição energética tem de ser limpa, justa e inclusiva. E a União Europeia não pode falhar com as RUP também neste compromisso”.
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