O Bloco de Esquerda apresentou este sábado, 27 de setembro, a sua candidatura à Câmara Municipal de Vila do Porto, defendendo mais participação direta dos cidadãos nas decisões autárquicas e assumindo-se como alternativa ao PS e ao PSD.

O Bloco de Esquerda (BE) apresentou sábado, em Vila do Porto, a sua candidatura às eleições autárquicas, com Pedro Amaral como cabeça de lista à Câmara Municipal. Em comunicado de imprensa, o partido sublinha que quer “dar mais poder de decisão direta aos marienses” e ser a força que pode desequilibrar a balança entre PS e PSD no concelho.
Pedro Amaral, que lidera a candidatura, afirmou que o projeto do BE se distingue por “pensar Vila do Porto a longo prazo”, em contraste com os programas dos principais partidos, que considera “uma manta de retalhos” e com diferenças “essencialmente de cosmética”.
Entre as principais propostas, o candidato destacou a criação de conselhos municipais sectoriais, que permitam a participação direta de cidadãos e entidades. “Queremos que da discussão destes conselhos municipais sectoriais saiam metas e objetivos traçados pela própria comunidade mariense. Isso é que é dar o poder às pessoas”, declarou.
O BE propõe ainda a criação de uma taxa turística aplicada a visitantes não residentes nos Açores, que, segundo Pedro Amaral, poderia gerar receitas superiores a 100 mil euros por ano. O candidato estranha a rejeição desta medida por PS e PSD, sublinhando que está “mais do que provado que a taxa turística não afasta turista nenhum”.
Outra proposta passa pela criação de uma rede pública de transportes terrestres, assegurada por carrinhas de nove lugares e financiada pelas receitas turísticas. “Seremos um exemplo nos Açores e no país sobre como garantir o direito à mobilidade e quebrar o isolamento de demografias mais vulneráveis”, acrescentou.
O programa apresentado pelo BE inclui também a construção de um novo bairro habitacional e a formação de uma equipa multidisciplinar – nas áreas da saúde, ação social e apoio burocrático – para prestar serviços de proximidade através de visitas domiciliárias.
António Lima, coordenador regional do Bloco de Esquerda, esteve presente na sessão e destacou o “grande trabalho efetuado” pelo partido quando teve representação na assembleia municipal. Na sua opinião, nos últimos quatro anos, sem o BE, “perdeu-se debate político, perderam-se propostas e perdeu-se uma voz exigente e diferente das que lá estão”.
Lima alertou para a falta de pluralidade em vários concelhos açorianos e afirmou que, sem o Bloco, os órgãos municipais em Vila do Porto se tornarão num “passa culpas permanente entre o PS e o PSD”.
Já Paulo Sanona, candidato à Assembleia Municipal, salientou a importância de devolver ao órgão uma voz diferenciada: “Queremos voltar a levar o debate e a procurar soluções concretas para os problemas dos marienses”.
As eleições autárquicas estão agendadas para o próximo dia 12 de outubro.
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