
O projeto de conservação da natureza LIFE BEETLES, coordenado pela Secretaria Regional do Ambiente e Ação Climática, foi distinguido como caso de sucesso pelo Grupo de Especialistas em Invertebrados das Ilhas Atlânticas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN SSC). O reconhecimento foi divulgado numa comunicação recente, referida em nota de imprensa do executivo açoriano, esta quarta-feira, 17 de setembro.
O anúncio coincidiu com a Conferência Final do projeto, realizada no Centro Interpretativo de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, sessão presidida pelo secretário regional Alonso Miguel.
Segundo o governante, o LIFE BEETLES é “um projeto extraordinário” que, iniciado em 2020 e em fase de conclusão este ano, mobilizou 1,8 milhões de euros, cofinanciados em 55% pela União Europeia, para a conservação de três espécies endémicas de escaravelhos ameaçados dos Açores: o escaravelho-cascudo-da-mata (Flores), o laurocho (Pico) e o carocho-da-terra-brava (Terceira).
Ao longo de seis anos, o projeto interveio em 345 hectares de áreas naturais nas três ilhas, promovendo a recuperação de habitats através de soluções de engenharia natural, controlo de flora invasora e plantação de cerca de 25 mil plantas endémicas.
Em termos de resultados, Alonso Miguel destacou “um aumento significativo das populações das espécies-alvo, superior a 50% no caso do carocho-da-terra-brava, a 60% no laurocho e mais de 200% no escaravelho-cascudo-da-mata, nas Flores”, números que, frisou, “demonstram o sucesso da implementação deste projeto”.
O LIFE BEETLES teve ainda forte impacto educativo e social, com mais de 50 atividades de voluntariado, 300 ações de sensibilização ambiental envolvendo mais de seis mil pessoas, a criação de um jogo didático distribuído pelas escolas dos Açores e uma exposição itinerante de macrofotografia. Criou também 10 postos de trabalho diretos, além de capacitar serviços de ambiente locais com equipamentos e formação.
“O projeto cumpriu com distinção os objetivos a que se propôs, deixando à Região um legado de conhecimento, capacitação técnica e melhoria dos ecossistemas naturais”, afirmou Alonso Miguel, acrescentando que representa “um exemplo inspirador de cooperação regional, nacional e europeia em prol da biodiversidade”.
O secretário regional recordou que este é um dos quatro projetos LIFE atualmente coordenados pelo executivo açoriano, que, no conjunto, representam mais de 40 milhões de euros de investimento em conservação da natureza e ação climática.
Para Alonso Miguel, os projetos LIFE são “instrumentos essenciais para a proteção do ambiente e da biodiversidade, com impacto direto no bem-estar das populações e na sustentabilidade do desenvolvimento regional”. E concluiu: “A sua implementação continuará a ser uma prioridade para o Governo Regional dos Açores”.
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