ELEIÇÕES

Eu, tal como os da minha geração, fomos criados sem ouvir falar em eleições. As que havia, eram determinadas e decididas pelo Governo de então, que não só escolhia os seus ministros, como impunha as suas regras a todas as classes etárias da governação, desde os Governadores Civis aos Regedores das Freguesias.

Era portanto o Regedor da Freguesia, escolhido pelo poder político, o decisor máximo de todas as ações tomadas pelos habitantes da sua localidade. Contrair um empréstimo bancário, ou outra ação de relevância para a Freguesia, só com a palavra dada do Sr. Regedor! Quase sempre tinha uma relação de preferência com o Sr. Padre, não só como conselheiro, como também, para que lhe perdoasse alguns dos seus pecados mortais…

Graças ao vinte e cinco de Abril, passamos a ter eleições livres, (pelo menos na teoria…) Elegendo o Presidente da República, os deputados da República ou Regionais e os autarcas municipais para as Câmaras ou Juntas de Freguesia.

Todas estas eleições aqui citadas devem ser de importância relevante, porque são essas pessoas, mesmo que indiretamente, conduzirão os nossos destinos. Logo, é nosso dever cívico exercermos a nossa escolha, aproveitando a oportunidade e o direito que a minha geração não teve!

No entanto, a importância relevante não nos impede de priorizar a considerada mais importante, não só pela sua relevância, mas sobretudo pela proximidade com os cidadãos. Falo da Junta de Freguesia! É esta entidade que vai estar sempre em primeira mão, para nos ajudar nos mais variados aspetos, desde o ambiental ao cultural, ou em alguma dificuldade do momento. Com as eleições à porta, vamos livremente e sem amarras, escolher as pessoas no nosso entendimento mais capazes para conduzirem os destinos da nossa Freguesia, dando prioridade à honestidade, à sua experiência nas mais variadas vertentes que envolvem a Freguesia, capacidade de intervenção, resiliência e vontade de servir. No caso concreto de Santa Cruz, paixão desmedida pela sua terra!

Fernando Mendonça

Deixe um comentário