Entrevista ao candidata do PS, Marco Martins, à presidência da Câmara Municipal da Praia da Vitória, nas eleições autárquicas do próximo dia 12 de outubro.

Nesta entrevista ao Praia Expresso, o candidato do Partido Socialista, Marco Martins, apresenta a sua visão para a presidência da Câmara Municipal da Praia da Vitória, assente num “choque de motivação e de crença”. Defende que a prioridade passa por devolver a confiança e a autoestima coletiva aos praienses, colocando as pessoas no centro das decisões. Entre as propostas, destaca-se a criação da Agência Municipal de Captação de Investimento, a revitalização do estaleiro naval, a dinamização da “Cidade-Mar” e uma estratégia integrada de habitação e reabilitação urbana.

Um dos eixos estruturantes do seu programa é a aposta no mar como motor de desenvolvimento económico e identitário. Com a “Cidade-Mar”, Marco Martins pretende reforçar o papel do porto e do estaleiro naval, criar emprego qualificado ligado às atividades marítimas e posicionar a Praia da Vitória como uma referência no Atlântico. Paralelamente, valoriza o associativismo, anunciando a criação do Estatuto Municipal do Dirigente Associativo e do Voluntário, garantindo formação, benefícios e critérios de apoio transparentes, a par da instalação de um Gabinete de Apoio às Instituições.

A candidatura aposta ainda na captação de fundos comunitários, na revitalização do centro histórico e na criação de condições favoráveis ao investimento privado. Com medidas que vão desde incentivos fiscais à dinamização cultural, o candidato propõe devolver vida ao coração da cidade. No fecho da entrevista, Marco Martins deixa uma mensagem clara: acredita que a Praia da Vitória pode romper com o marasmo e abrir um novo ciclo de esperança, desenvolvimento e proximidade, apelando à confiança dos praienses para concretizar esse desígnio coletivo.

MARCO MARTINS
Idade: 43 anos
Profissão: Assistente Social
Naturalidade: Angra do Heroísmo

Diz que pretende implementar um “choque de motivação” e de “crença” na Praia da Vitória. O que significa, na prática, este conceito e como se traduz em medidas concretas para os munícipes?

Quando falo em “choque de motivação e de crença”, não falo apenas de medidas políticas ou administrativas. Falo de devolver à Praia da Vitória a confiança perdida, de resgatar a autoestima coletiva e de evidenciar, com convicção, que o melhor lugar do mundo é de facto aqui, na nossa Praia da Vitória. O que proponho é um novo ciclo de motivação e energia, onde cada cidadão se sinta parte ativa do futuro do concelho.

“O que proponho é um novo ciclo de motivação e energia, onde cada cidadão se sinta parte ativa do futuro do concelho.”

Na prática, isto significa colocar as pessoas no centro das decisões. Significa criar condições para que as famílias encontrem respostas de habitação, para que os jovens tenham oportunidades de formação e emprego qualificado, para que os empresários sintam confiança em investir e para que as instituições tenham apoio para continuar a desempenhar o seu papel fundamental. Teremos medidas muito concretas, como a criação da Agência Municipal de Captação de Investimento, a revitalização do estaleiro naval, a criação de uma verdadeira “Cidade Mar”, com implementação, entre outras medidas, de um Centro de Estágio e Formação em Desportos Náuticos e a Estratégia de Fomento à Habitação e Reabilitação Urbana.

Mas tão importante como projetos ou obras, o que queremos também garantir é esperança, orgulho e a certeza de que a Praia da Vitória caminhará para a frente, com ambição e determinação.

Uma das suas propostas é transformar a Praia da Vitória numa “cidade-mar”, com destaque para o porto, o estaleiro naval e os desportos náuticos. Que impacto económico e social espera alcançar com esta estratégia?

A Praia da Vitória nasceu virada para o mar e é no mar que reside uma parte essencial do nosso futuro. A ideia de transformar a Praia numa “Cidade-Mar” é uma visão estruturante: queremos que a baía, o porto e o estaleiro naval sejam motores de desenvolvimento económico, de criação de emprego e de afirmação externa.

“A Praia da Vitória nasceu virada para o mar e é no mar que reside uma parte essencial do nosso futuro.”

O impacto económico será enorme: vamos gerar postos de trabalho qualificados ligados à reparação naval, captar novas empresas do setor marítimo-turístico, potenciar o porto como plataforma logística do Atlântico e trazer para a cidade mais movimento, mais turismo e mais investimento. Mas há também um impacto social, que considero muito relevante – faremos da baía um espaço vivido por todos, atrairemos jovens para os desportos náuticos e mostraremos ao país e ao mundo que a Praia da Vitória tem condições únicas para ser referência no mar. Esta estratégia não é apenas económica, é identitária. É afirmar que o futuro da Praia da Vitória passa, inevitavelmente, pela força das suas condições marítimas, com especial enfoque para a sua baía.

Anunciou a criação do Estatuto Municipal do Dirigente Associativo. Que tipo de benefícios específicos prevê para os dirigentes associativos e como garante que haverá equidade entre as diferentes coletividades?

O associativismo é uma das maiores riquezas do nosso Concelho. São os dirigentes associativos que, de forma voluntária e muitas vezes sacrificando o seu tempo pessoal, mantêm vivas as tradições, dinamizam atividades culturais e desportivas e fortalecem o tecido social. É por isso que considero que lhes devemos reconhecimento e condições para que continuem esta missão.

“O associativismo é uma das maiores riquezas do nosso Concelho.”

O Estatuto Municipal do Dirigente Associativo e do Voluntário (também contemplará a componente do voluntariado) traduz-se em vários benefícios concretos, como acesso a formação gratuita e a atribuição de um cartão de Dirigente Associativo e/ou Voluntario, que permitirá usufruir de descontos e vantagens em serviços municipais e de parceiros locais. Queremos dignificar este trabalho e valorizá-lo como merece.

No entanto, é essencial garantir equidade. E aqui assumo um compromisso firme – todos os apoios serão regulados por critérios claros, objetivos e transparentes, aplicáveis a todas as coletividades, sem privilégios nem discriminações.

Mais do que apoiar individualmente, este estatuto será um pilar de estabilidade para todo o movimento associativo, reforçando o seu papel insubstituível na vida do concelho.

Em paralelo, iremos também avançar com a criação do Gabinete Municipal de Apoio às Instituições do Concelho, que garantirá apoio técnico, jurídico e todas as informações necessárias às Associações culturais, desportivas e sociais.

A captação de fundos comunitários, como o PRR e o novo quadro comunitário, é apontada como fundamental. Como planeia assegurar que a Câmara consegue estar presente e competitiva em todas as candidaturas relevantes?

O futuro da Praia da Vitória depende, em grande medida, da nossa capacidade de aproveitar todas as oportunidades de financiamento externo. O PRR e o atual Quadro Comunitário são instrumentos decisivos e a minha visão é clara – não vamos deixar perder mais uma única oportunidade, por falta de preparação ou de ambição.

“O futuro da Praia da Vitória depende, em grande medida, da nossa capacidade de aproveitar todas as oportunidades de financiamento externo.”

Para isso, criaremos a Agência Municipal de Captação e Apoio ao Investimento, uma estrutura técnica especializada que terá, também como missão, identificar candidaturas, preparar projetos e acompanhar a sua execução. Esta agência trabalhará em articulação com Juntas de Freguesia, Instituições, Associações e Empresas, para que a Praia da Vitória concorra de forma integrada e competitiva.

Quero que a nossa Câmara Municipal seja reconhecida como uma autarquia moderna, eficiente e capaz de transformar fundos comunitários em desenvolvimento real. É assim que construiremos um Concelho rejuvenescido, com investimentos concretos que geram emprego, melhoram a qualidade de vida e devolvem esperança às pessoas.

Fala na revitalização do centro histórico e na atração de investimento privado. Que medidas pretende implementar para alcançar este desiderato?

O centro histórico da Praia da Vitória é a sala de visitas do concelho e não pode continuar a definhar. Queremos devolvê-lo às pessoas, torná-lo novamente num espaço de vida, de comércio, de cultura e de encontro.

As nossas medidas são concretas, destacando-se a implementação de um Programa para o Apoio e Fixação de Empresas e Famílias, com incentivos fiscais municipais, simplificação administrativa, desburocratização e comparticipação financeira para redução dos custos fixos. Para além desta proposta, destaco também a requalificação e modernização da Praça Francisco Ornelas da Câmara, para que esta se afirme como uma verdadeira praça cultural e económica; a criação de incentivos à reabilitação de edifícios degradados; a dinamização de um Centro Comercial Online para promover o comércio local e a implementação de um programa cultural regular e sistemático, com eventos todas as semanas, entre outras propostas.

“Um centro histórico vivo, cheio de alma, onde a economia local floresça e onde todos sintam orgulho em passear, conviver e viver.”

Mas mais importante do que isto é criar confiança nos investidores privados, mostrando-lhes que a Praia é um concelho aberto, ágil e favorável ao investimento. Confiança nos comerciantes, dando-lhes ferramentas para crescerem e confiança nos cidadãos, para que queiram viver e usufruir do centro da cidade.

O nosso objetivo é simples: um centro histórico vivo, cheio de alma, onde a economia local floresça e onde todos sintam orgulho em passear, conviver e viver.

Por fim, agradecendo a disponibilidade para esta entrevista, que mensagem gostaria de deixar aos leitores do Praia Expresso?

Antes de mais, agradeço eu a disponibilidade e o interesse do Praia Expresso, constituindo-se esta entrevista, um momento importante para apresentarmos o nosso projeto, as nossas ideias e a nossa visão para a Praia da Vitória.

Quero dizer aos praienses que este projeto não é apenas político ou partidário. É muito mais do que isso! Este é um projeto feito por praienses, para os praienses. É a voz da sociedade civil que aqui se expressa, com coragem, com energia e com uma enorme vontade de fazer mais e melhor.

Se merecermos a confiança dos Praienses para liderar os destinos da Câmara Municipal, como acredito convictamente que irá acontecer, podem esperar um Concelho rejuvenescido, com uma nova energia, com políticas de proximidade, de competência e de visão estratégica. Uma Câmara Municipal que estará ao lado das Juntas de Freguesia, das Instituições, das Associações, das Empresas e de cada Cidadão.

“Acreditem na Praia da Vitória, acreditem nas suas potencialidades, acreditem em nós, mas sobretudo acreditem em vós próprios.”

Uma autarquia que colocará as pessoas no centro das decisões, que respeitará todos e que trabalhará com verdade e transparência.

O meu apelo é este – acreditem na Praia da Vitória, acreditem nas suas potencialidades, acreditem em nós, mas sobretudo acreditem em vós próprios. Juntos, vamos romper com o marasmo e abrir um novo ciclo de esperança e de desenvolvimento. O futuro é agora e a Praia não pode esperar.

O melhor lugar do mundo é aqui, e é tempo de o afirmarmos com orgulho.

© PE