QUERO VOTAR! MAS VOTAR EM QUEM? — A ESCOLHA TEM DE SER SÉRIA…

Antes de entrar propriamente no tema em causa, vou tentar trazer aqui o retrato dos já 51 anos de democracia, vividos por mim, com os seus altos e baixos.

Sem perder o meu tempo pesquisando o histórico do Partido Popular Democrático, mais ainda, quando não sou historiador, vou-me limitar a recordar aqui alguns pormenores, que a minha mente já cansada tenha guardado na memória. 

Para isso tenho de recuar cinquenta e um anos na minha vida, a fim de poder sintetizar alguns fatores mais importantes da criação do PPD.

Como é sobejamente conhecido, aquele partido foi fundado por Francisco Sá Carneiro, Magalhães Mota e Pinto Balsemão, este último ainda vivo. 

Todos eles, juntamente com Mota Amaral, Álvaro Monjardino e outros mais, partilhavam a chamada ala liberal, a qual com alguma coragem enfrentava a ditadura, na altura conduzida por Marcelo Caetano.

Após a revolução dos cravos, havia necessidade de criar o estado democrático em Portugal. E foi assim que Sá Carneiro cria o PPD, (Partido Popular Democrático). Mário Soares regressa do exílio e cumpre o sonho de formar o Partido Socialista, Álvaro Cunhal, político pelo qual tinha todo o respeito, pela sua integridade na defesa daquilo que acreditava, cria o Partido Comunista Português.

Para resumir, FSC faz do PPD, um partido centro esquerda, de cariz humanista, e do respeito do homem pelo homem. Mário Soares opta por representar a esquerda democrática.

Mota Amaral, ao qual alguns intitulam de pai da autonomia dos Açores, traz consigo o PPD para os Açores, que vai acabar reinando por mutos anos, embora com a contínua oposição do Partido Socialista, o qual acaba conquistando o poder até muito recentemente.

Portugal decide fazer parte da União Europeia e, logo também do Parlamento Europeu, onde predominavam e predominam, o Partido Social Democrata e o Partido Popular Europeu. Penso ter sido aqui que o PPD decide passar a chamar-se de PPD/PSD. Só que Mário Soares, raposa velha e sabida, chega ao Parlamento Europeu e diz àquela gente que a Social Democracia era dele…

Foi o primeiro balde de água fria sofrido pelo partido de Sá Carneiro, que infelizmente já cá não estava para o defender com unhas e dentes…

A partir daí e, com outros intervenientes, começou o PPD/PSD a decair para o centro e cada vez mais para a direita, como se pode ver, tanto lá como cá! 

Onde está então a Social Democracia, que eu e tantos outros abraçamos no tempo, ora por convicção, ora quiçá por carolice, como alguns hoje me dizem?

Confesso que não a enxergo neste PSD de agora. Talvez um pouco mais próxima do PS! Alguns ex-elementos do PS, também me confessam andar à procura do Socialismo…

Deveras complexo, mesmo muito confuso, escolher votar daqui a pouco mais de um mês para as autárquicas naquele partido que nós PPD`s da chamada Velha Guarda, acreditámos que nunca seria um Partido de Direita, como um dia o afirmou Francisco Sá Carneiro. 

Vou escolher, podem crer, o candidato que denote competência, apresente melhor equipa, tenha sentido humanista nas suas ações e sobretudo me pareça mais sério! Isto sem olhar à sigla do partido.

Quem for eleito para dirigir a minha autarquia ou Freguesia, será aquele ou aquela que no seu dia a dia, devido à proximidade entre o governante e o munícipe, possa contribuir para a solução dos enormes problemas que a autarquia atravessa no momento, tanto na sua cidade como em todo o Concelho.

Fernando Mendonça

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