
O presidente do PS/Açores, Francisco César, considerou sábado que a crise da habitação é “um dos maiores entraves ao desenvolvimento social e económico da Região”, defendendo medidas imediatas para aliviar os custos das famílias, em particular dos estudantes deslocados. As declarações foram feitas durante uma intervenção no Centro Cultural Padre Manuel Raposo, no concelho do Nordeste, em apoio à candidatura de Manuel Paiva à Câmara Municipal. A posição foi divulgada em nota de imprensa enviada domingo pelo partido.
Francisco César sublinhou que o custo da habitação ultrapassou as propinas e os transportes, tornando-se no principal obstáculo para os jovens que pretendem prosseguir estudos superiores. “Hoje não é a propina que pesa mais no bolso das famílias, é o quarto que custa 500 ou 600 euros por mês. E isso pode comprometer o futuro dos nossos filhos e da própria Região”, afirmou.
Entre as soluções apontadas, destacou a proposta socialista de permitir a dedução em IRS das rendas pagas por estudantes deslocados, bem como apoios diretos ao alojamento, programas de reabilitação urbana e a reconversão de unidades de alojamento local em arrendamento acessível. Contudo, lembrou que estas iniciativas foram chumbadas pela maioria de direita no Plano e Orçamento para 2025.
O líder socialista alertou ainda para as dificuldades enfrentadas pelos docentes colocados fora da sua ilha de residência. “Há professores a recusar colocações porque simplesmente não conseguem arrendar casa na ilha onde são colocados. Isto não é aceitável”, denunciou.
No plano político, Francisco César acusou o Governo Regional de nada ter feito ao longo dos últimos cinco anos para atualizar ou melhorar os programas de habitação, que, segundo afirmou, “continuam a ser os mesmos criados pelo PS noutra conjuntura e com outros meios disponíveis”.
O discurso não se limitou à habitação. Na mesma ocasião, o dirigente socialista acusou o executivo regional e a autarquia de deixarem o concelho do Nordeste “ao abandono”. Entre as críticas, apontou a ausência de requalificação do Centro de Saúde local, o mau estado das estradas regionais e a falta de apoios estruturais à agricultura.
Apesar das críticas, Francisco César destacou a “esperança” que associa à candidatura de Manuel Paiva, realçando o envolvimento de jovens nas listas autárquicas. “Isso significa que as pessoas acreditam, que não desistem da sua terra e que querem um projeto alternativo de desenvolvimento”, frisou.
A intervenção terminou com um apelo à mobilização nas eleições de 12 de outubro: “Cinco anos de promessas não cumpridas e obras que não avançam. O Nordeste merece mais, os açorianos merecem mais. O PS tem soluções para a habitação, para a saúde, para a agricultura. E com Manuel Paiva na Câmara Municipal, o Nordeste pode finalmente ter o futuro que merece.”
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