
São 6 horas da manhã, dirijo-me com minha filha para o Aeroporto da Portela, a fim de apanhar o voo para a Terceira, com partida às 9 horas, na SATA (Sociedade Anónima de Transportes Avariados…)
O título pode provocar algum riso, mas já vos explico porquê!
Fazemos o check-in, despachamos as malas, aguardamos a ordem de embarque. O mesmo efetuado, descemos para o autocarro, recebemos ordem de regresso, porque o avião contratado à WHITE está avariado…
As explicações são quase nulas, as expetativas confusas, o voo é finalmente cancelado! Perguntamos pelas malas, ninguém sabe ao certo, talvez tenham ido para Ponta Delgada…
Por volta do meio dia, somos informadas de que partiremos mais tarde para a Terceira em outro avião, desta vez pertencente à própria SATA.
As informações continuam abstratas, os passageiros ansiosos e digamos mesmo, que zangados, com a falta de respeito dos responsáveis pela referida Sociedade Anónima dos Transportes Avariados…
Voltamos à sala de embarque, descemos para o autocarro, e aí permanecemos cerca de meia hora, a uma temperatura próxima dos quarenta graus. Já sufocados pela elevada temperatura, ordem de saída para fora do autocarro, porque afinal o referido avião também está avariado!
Finalmente somos avisadas de que esse avião há tantas horas inoperacional, partirá com destino à Terceira pelas 18 horas.
Respiramos de alívio, mas de repente surge-nos a pergunta: Onde estão as nossas malas?
Contatada a empresa, descobrem as malas e, em correria desenfreada, são levadas para o avião. De novo, suspiramos de alívio, o qual acaba sendo de pouca dura, porque devido a problemas no porão, todas as malas tem de ser retiradas e ficarem para trás…
E assim, chegamos finalmente ao nosso destino pelas 20.35, hora local, com a roupa do corpo, sem a oferta de um copo de água, sem uma palavra de conforto, na expetativa de que a próxima SATA para a Terceira, excecionalmente não pertença ao grupo das SATAS avariadas…
Passageiras não identificadas…
Fernando Mendonça
