O candidato do Chega à presidência da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Francisco Lima, defendeu esta terça-feira, 12 de agosto, a extinção da empresa municipal Praia Ambiente, caso vença as eleições autárquicas de 12 de outubro, medida que, segundo afirmou, visa reduzir “tachos políticos” e centralizar serviços na autarquia.

O Chega Açores formalizou ontem, no Tribunal Judicial da Comarca da Praia da Vitória, a candidatura às eleições autárquicas de 12 de outubro, apresentando Francisco Lima, 58 anos, atual deputado regional, como cabeça de lista à presidência da Câmara Municipal. Hélia Cardoso, 56 anos, deputada regional e ex-candidata à Câmara de Angra em 2021, lidera a candidatura à Assembleia Municipal.
Das 11 freguesias do concelho, o partido concorre apenas à Assembleia de Freguesia das Quatro Ribeiras, encabeçada por Marco Martins.
À entrada do tribunal, Francisco Lima declarou ao Praia Expresso, que o objetivo do Chega é “ganhar as eleições” e, caso não consiga, “eleger um ou dois vereadores” para ter “um poder de influência decisivo na Câmara Municipal”. O candidato defendeu que existem “condições muito favoráveis para haver uma mudança”, sublinhando que “as pessoas estão absolutamente cansadas de 50 anos sempre da mesma coisa”.
Entre as propostas apresentadas, destaca-se a intenção de extinguir a empresa municipal Praia Ambiente. “Não há necessidade, temos que centralizar os serviços na Câmara, reduzir muitos cargos que existem ali que são ‘tachos políticos’, com pessoas sem competência que estão ali. Os praienses não beneficiam nada com aquilo”, declarou. Francisco Lima assegurou que esta não é uma postura de despedimentos, mas sim de reorganização e responsabilidade.
O candidato criticou ainda a atual gestão autárquica de coligação PSD/CDS-PP, apontando “imparidades não refletidas” nas contas, “aumento de gastos superior a 30%” e “novos financiamentos com taxas de juro inexplicáveis, de 7%”. Acusou também a Câmara de perder oportunidades de investimento, como “fundos comunitários de três milhões de euros para o Parque Industrial das Lajes” e questionou o retorno económico de apoios culturais, como a produção televisiva Senhora do Mar.
Francisco Lima garantiu que, se eleito, vai “endireitar a casa” e “dinamizar a economia”, recorrendo, quando necessário, a outsourcing para serviços especializados, à semelhança do modelo adotado pela Câmara de Angra do Heroísmo. Em cenário de executivo minoritário, afirmou estar disponível para negociar com qualquer partido, embora tenha manifestado preferência por partidos de direita, mas rejeitou estar “refém da coligação” que governa a Câmara, a região e o país.
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