A Casa dos Açores de Minas Gerais foi oficialmente fundada no passado sábado, 26 de julho, em Belo Horizonte, tornando-se a oitava instituição do género no Brasil. A cerimónia contou com a presença do Diretor Regional das Comunidades, José Andrade, e celebrou 300 anos de presença açoriana no estado brasileiro.

A cidade de Belo Horizonte acolheu, no sábado, 26 de julho, a cerimónia de fundação da Casa dos Açores de Minas Gerais, uma nova entidade destinada a estreitar os laços históricos, culturais e institucionais entre a Região Autónoma dos Açores e aquele estado brasileiro. A informação foi avançada esta quarta-feira, 30 de julho, em nota de imprensa emitida pela Secretaria Regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades.
A cerimónia teve lugar no Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais e foi presidida por José Andrade, Diretor Regional das Comunidades, em representação do Governo dos Açores. O evento assinalou simbolicamente os 300 anos da presença açoriana em Minas Gerais, que remonta a 1723 com a chegada de emigrantes da ilha do Faial, conhecidas como as “Três Ilhoas”.
Durante a sessão solene tomaram posse os primeiros órgãos dirigentes da nova Casa dos Açores, presidida por Cláudio Motta, advogado, empresário e jornalista mineiro com ascendência açoriana. Foi ainda assinado um protocolo de cooperação entre o Governo dos Açores e a entidade recém-criada.
“A criação desta Casa representa mais um passo no reforço dos vínculos afetivos, culturais e institucionais entre as comunidades açorianas e os seus descendentes no Brasil”, lê-se na nota de imprensa oficial.
Minas Gerais, com mais de 20 milhões de habitantes e 850 municípios — numa extensão territorial comparável à França —, recebeu ao longo dos últimos três séculos milhares de açorianos e seus descendentes. Famílias como Terra, Brum, Silveira, Dutra, Faria ou Goulart deixaram marca na história local, e algumas chegaram mesmo a fundar cidades como Andrelândia. Existem ainda ligações institucionais formais entre os dois territórios, com geminações entre as cidades de Ouro Preto e Angra do Heroísmo, bem como entre Rezende Costa e Vila do Porto.
A nova Casa junta-se agora às já existentes nos estados do Rio de Janeiro (1952), São Paulo (1980), Bahia (1980), Santa Catarina (1999), Rio Grande do Sul (2003), Maranhão (2019) e Espírito Santo (2022). Representantes destas instituições marcaram presença na fundação da Casa de Minas Gerais, num gesto simbólico de unidade e partilha.
No dia seguinte à cerimónia, a 27 de julho, o Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais acolheu o VIII Encontro Açores Brasil, evento promovido pelas Casas dos Açores, que incluiu uma conferência da investigadora açordescendente Vera Lúcia Maciel Barroso, dedicada aos percursos açorianos em território brasileiro.
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