Com um discurso emotivo e marcado por fortes críticas à atual gestão municipal, Marco Martins oficializou este domingo, 27 de julho, a sua candidatura à presidência da Câmara Municipal da Praia da Vitória, nas eleições autárquicas de 12 de outubro, pelo Partido Socialista. O candidato propôs um programa assente em sete eixos estratégicos, defendendo um “choque de dinamismo” para o concelho e sublinhando que “a Praia da Vitória não pode esperar”.

Num discurso carregado de emoção e sentido de missão, Marco Martins apresentou formalmente, este domingo, 27 de julho, a sua candidatura à presidência da Câmara Municipal da Praia da Vitória, nas eleições autárquicas de 12 de outubro, liderando o projeto do Partido Socialista. O momento, que decorreu perante uma plateia que o aplaudiu de pé, foi marcado por uma oratória carregada de sensibilidade e humanismo, evoluindo para uma intervenção crítica da atual gestão e apresentação de propostas concretas para o futuro.

“O nosso lema é claro, repleto de convicção, audácia e de uma enorme vontade transformadora — ‘O Futuro é Agora! A Praia não Pode Esperar’”, declarou Martins, que acusou o executivo em funções de estar a conduzir o concelho a um “marasmo, sem rumo, sem esperança”. Defendendo que a sua candidatura “não está contra ninguém, mas a favor da Praia da Vitória”, Marco Martins sublinhou a importância de devolver a esperança aos munícipes, “num presente de desilusão e de oportunidades perdidas”.

Ao longo do discurso, o candidato socialista teceu duras críticas à atual presidente da autarquia, apontando a alegada desnecessidade de recurso ao Fundo de Apoio Municipal (FAM) como “um erro político e financeiro”, que, a concretizar-se, resultará na perda de autonomia e no aumento de impostos como o IMI.

“A tentativa de aumentar o IMI da taxa mínima para a máxima, em plena crise inflacionista, demonstra uma desconexão total com a realidade das famílias praienses”, afirmou, lembrando que nem os partidos da coligação PSD/CDS-PP apoiaram tal decisão.

Outro dos pontos visados foi o abandono do projeto Terceira Tech Island, que Marco Martins classificou como um “erro estratégico imperdoável”. Criticou ainda a falta de empresas captadas nos últimos quatro anos e a fraca execução dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com apenas 4,1 milhões de euros aprovados para o concelho, comparando com “dezenas de milhões” obtidos pelo concelho vizinho.

No que toca às propostas, Marco Martins apresentou um plano de ação estruturado em sete eixos prioritários, com enfoque no investimento, na valorização do mar, no combate à crise habitacional e no reforço da participação cidadã.

Entre as medidas destacam-se:

Criação de um Gabinete Municipal de Captação de Investimento, com vista à atração de capital privado e maximização dos fundos comunitários do PO Açores 2030;

Reposicionamento do porto da Praia da Vitória como plataforma estratégica de transporte marítimo de cargas;

Concretização do conceito “Cidade Mar”, com a criação de um Centro de Estágio para Desportos Náuticos e a reativação de um estaleiro naval;

Plano de Habitação, com novos arruamentos, requalificação de habitações devolutas e apoio ao arrendamento com opção de compra;

Exigência de compensações pela presença da Base Aérea norte-americana, com criação de um pacto municipal e avaliação dos impactos ambientais;

Revitalização do centro histórico, incluindo um Centro Comercial Digital para estimular o comércio local;

Valorização da cultura, desporto e educação, através da implementação de projetos de apoio escolar, combate ao insucesso e dinamização da rede associativa.

Martins comprometeu-se também promover a autonomia às juntas de freguesia, entregando-lhes uma fatia proporcional do IMI arrecadado, e a implementar o Orçamento Participativo Municipal e um Conselho Consultivo Municipal, para envolver os cidadãos nas decisões políticas.

O candidato socialista anunciou ainda a criação de uma equipa de intervenção rápida para manutenção de equipamentos públicos, um Gabinete de Apoio às Juntas de Freguesia e Instituições e o reforço das políticas sociais, com destaque para os idosos e trabalhadores municipais, prometendo horários flexíveis, formação contínua e a recuperação de benefícios suspensos, como a tarifa reduzida da água.

Concluindo com um apelo emotivo ao eleitorado, Marco Martins afirmou: “A Praia da Vitória será, essencialmente, aquilo que os praienses quiserem que ela seja. Esta candidatura é vossa. Esta esperança é de todos nós. E este futuro é agora!”

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