FRANCISCO CÉSAR ACUSA GOVERNO REGIONAL DE MÁ GESTÃO DA SAÚDE E EXIGE MEDIDAS URGENTES

O líder do PS/Açores, Francisco César, responsabilizou esta quinta-feira a coligação que governa a região há cinco anos pelo “caos” no Sistema Regional de Saúde, defendendo que o partido tem apresentado propostas concretas, apesar de serem sistematicamente rejeitadas.

Em declarações proferidas quinta-feira, durante uma visita à Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel, Francisco César criticou duramente a atuação do Governo Regional no setor da saúde, afirmando que “o sistema regional de saúde não tem vindo a funcionar bem”. Para o líder do PS/Açores, o estado atual é “um reflexo da má governação” da coligação PSD/CDS-PP/PPM, que lidera o arquipélago desde 2020.

Segundo a nota de imprensa divulgada pelo PS/Açores na última sexta-feira, dia 25 de julho, Francisco César rejeitou as críticas de que o partido se limita a apontar falhas, sem apresentar alternativas. “Há quem ache que quando apontamos os problemas somos teóricos do caos. Nós não somos, o que constatamos é que os problemas que as pessoas vivem são gerados pelo caos na gestão do Governo, nomeadamente na área da saúde”, afirmou.

O dirigente socialista destacou o papel dos profissionais da saúde, sublinhando que é graças ao “esforço e competência” dos trabalhadores da Unidade de Saúde de São Miguel que o serviço continua a funcionar. No entanto, alertou para a escassez de meios: “São necessários mais médicos, mais pessoal administrativo para que esta unidade funcione bem e é necessário que o Governo liberte mais verbas para que possam existir estes recursos humanos”.

Francisco César chamou ainda a atenção para o agravamento das listas de espera cirúrgica, que, segundo dados referidos na mesma nota, aumentaram 14,7% no primeiro trimestre deste ano, face ao período homólogo, com um tempo médio de espera superior a 450 dias. “Hoje não podemos dizer que a saúde está melhor. Passaram cinco anos. Não estamos a falar de cinco dias ou cinco meses”, lamentou.

Perante as acusações de falta de propostas, o líder do PS/Açores recordou que “só este ano fizemos 23 requerimentos sobre saúde” e que, no mais recente Plano e Orçamento, o partido apresentou um plano de recuperação das listas de espera, com um investimento de 1,5 milhões de euros, que acabou por ser chumbado pela maioria parlamentar.

Quanto ao processo de privatização da transportadora aérea SATA, Francisco César assegurou que o PS quer “ser parte da solução e não do problema”, mas advertiu para a falta de clareza sobre os contornos da operação. “A situação ainda não está esclarecida. Aguardamos informações concretas para perceber qual será o caminho”, disse.

O socialista garantiu que o partido está a acompanhar o processo “com sentido de responsabilidade”, exigindo “escrutínio, esclarecimento e garantias de que a mobilidade dos açorianos e os postos de trabalho na SATA sejam salvaguardados”. Segundo afirmou, “a operação da SATA, como está, não está a correr bem. Está a correr mal. Com cancelamentos, voos atrasados e dívidas crescentes a fornecedores”.

A posição do líder do PS/Açores surge num momento em que aumentam os sinais de tensão no setor da saúde e se mantêm as incertezas sobre o futuro da transportadora aérea regional.

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