O deputado socialista José Ávila denunciou esta quinta-feira um “esquecimento sistemático” da ilha Graciosa por parte do Governo Regional dos Açores, apontando falhas na saúde, mobilidade, turismo, exportações e habitação, no âmbito das Jornadas Parlamentares que o PS/Açores está a realizar na ilha.

O Partido Socialista dos Açores denunciou esta quinta-feira, 24 de julho de 2025, o que considera ser uma política de “abandono” da ilha Graciosa por parte do Governo Regional. Em declarações prestadas durante uma visita às Termas do Carapacho, inserida nas Jornadas Parlamentares que os socialistas estão a realizar na ilha, o deputado José Ávila afirmou que “a Graciosa está a ser esquecida por este Governo Regional, e isso tem de mudar”.
De acordo com a nota de imprensa divulgada pelo PS/Açores, o parlamentar eleito pela ilha destacou um conjunto de problemas graves que afetam a população local e que, segundo afirmou, “têm vindo a agravar-se devido à inação do Executivo regional”. Entre as questões mais críticas identificadas está a mobilidade aérea, com José Ávila a denunciar que “temos agora duas semanas pela frente em que não há lugares nem para sair, nem para entrar na Graciosa”, uma situação que, acrescentou, afeta toda a população, mas tem consequências especialmente preocupantes “para os doentes, que não conseguem deslocar-se para os tratamentos e consultas”.
O transporte marítimo de mercadorias é outro dos pontos críticos assinalados. Apesar do aumento de escalas anunciado pelo Governo, o deputado refere que “as empresas não estavam preparadas, faltam contentores, especialmente de frio, e os navios falham as escalas”, o que compromete a exportação de gado vivo e de produtos locais.
Na área da saúde, José Ávila alertou para a “falta de condições humanas” dos profissionais médicos para assegurarem um serviço de qualidade, sublinhando que este é “um tema sensível porque tem a ver com pessoas, com famílias”.
O turismo surge igualmente como um setor em crise. A Graciosa é, segundo os socialistas, a única ilha do arquipélago que ainda não conseguiu recuperar os níveis de dormidas registados em 2019. “Enquanto outras ilhas cresceram a dois dígitos, nós tivemos apenas 1,1% de crescimento. Isto é um sinal claro de que a Graciosa foi deixada para trás”, afirmou o deputado, criticando as declarações da Secretária Regional do Turismo sobre um alegado tratamento equitativo entre as ilhas, que, segundo disse, “não correspondem à realidade”.
O encerramento das Termas do Carapacho, há mais de um ano, foi igualmente motivo de crítica. José Ávila responsabiliza diretamente o Governo Regional, alegando que “tentou anular o concurso da concessão” e que a empresa concessionária “teve de recorrer aos tribunais para poder avançar”.
O PS/Açores voltou ainda a manifestar preocupação com a escassez de habitação, contrariando as declarações do Presidente do Governo Regional durante a última visita estatutária à ilha. “Ainda existem necessidades nesta área, com famílias a sentir dificuldades para aceder a habitação”, referiu o deputado.
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