VÂNIA FERREIRA MANTÉM INTENÇÃO DE RECORRER AO FAM PARA RECUPERAÇÃO FINANCEIRA DO GRUPO MUNICIPAL

A presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Vânia Ferreira, reafirmou a intenção de recorrer ao Fundo de Apoio Municipal (FAM), apesar da redução significativa da dívida consolidada do grupo municipal, que passou de mais de 35 milhões de euros para 27,3 milhões, segundo avançou a autarca em declarações à Agência Lusa.

A medida, que tem vindo a ser apontada desde início do mandato, em 2021, tem sido sucessivamente adiada. Mais recentemente, estava previsto para o início de 2024, a submissão de uma proposta de recuperação financeira ao FAM, que foi posteriormente remetida para o primeiro semestre de 2025.

“Pretendemos ir junto do Fundo de Apoio Municipal perceber quais as condições para que nós possamos renegociar todo este valor de dívida”, afirmou Vânia Ferreira à Lusa, acrescentando que o objetivo é “consolidar toda esta dívida numa entidade só, com juros muito mais baixos”, permitindo assim libertar margem de manobra financeira para novos investimentos.

A autarca da coligação PSD/CDS e recandidata a um segundo mandato sublinhou que, apesar da descida do passivo, os níveis de endividamento bancário “continuam elevados” e exigem “uma gestão financeira muito prudente”. “Esta é uma dívida que não se paga de um dia para o outro, mas o trabalho era para equilibrarmos as contas e este caminho tem sido feito”, frisou.

A redução da dívida, de acordo com a autarca, resulta do trabalho de negociação com as instituições bancárias e do esforço para reduzir compromissos com fornecedores. “Só mesmo a fornecedores era um valor bastante representativo e foi diminuído e veio a dar-nos uma lufada de ar fresco”, afirmou.

As contas consolidadas de 2024 do grupo municipal, apresentadas na segunda-feira, 30 de junho, em Assembleia Municipal, registam um resultado líquido positivo de 794 mil euros, após um ano de 2023 com saldo negativo. Segundo nota de imprensa do município, o resultado operacional antes de encargos financeiros ultrapassou os 2,2 milhões de euros e os fluxos de caixa das atividades operacionais atingiram 1,6 milhões de euros, permitindo, segundo a presidente, o pagamento atempado aos fornecedores.

A autarca destacou que o ativo total do Grupo Municipal ascendia, no final de 2024, a mais de 93 milhões de euros, enquanto o património líquido se situava nos 66 milhões de euros. O passivo total atingia os 27,3 milhões de euros.

A intenção de avançar com o ajustamento financeiro através do FAM continua, contudo, dependente de um parecer favorável do Tribunal de Contas quanto à internalização da totalidade da dívida no município. “Só com esta negociação poderemos ganhar algum desafogo para podermos ter a oportunidade de investir mais e melhor a bem do concelho da Praia”, reiterou Vânia Ferreira.

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