A Direção Regional do PCP Açores (DORAA) lançou duras críticas aos Governos Regional e da República, acusando-os de aprofundarem desigualdades sociais, promoverem privatizações e negligenciarem os reais problemas da população açoriana. As declarações constam de uma nota divulgada esta segunda-feira, dia 23 de junho, pelo partido, na sequência de uma reunião realizada a 21 de junho na cidade da Horta.
De acordo com o comunicado oficial, a DORAA analisou “a situação política e social da Região e do País”, considerando que se vive um “agravamento das desigualdades e injustiças”, marcado por um “crescente desequilíbrio social”.
O PCP/Açores denuncia que tanto o Governo da República – liderado pelo PSD e CDS-PP, com o apoio do Chega, Iniciativa Liberal e PS – como o Governo Regional optam por transformar os problemas em “oportunidades de negócio”. No caso dos Açores, afirma o partido, “diante de cada novo problema, contratam-se estudos em vez de se procurarem soluções concretas”, o que, na perspetiva dos comunistas, “facilita o caminho para a privatização”.
A nota critica ainda o que considera ser “muita propaganda e poucos resultados”, apontando falhas nos transportes, na saúde e no combate ao custo de vida. “Os problemas reais dos açorianos exigem ação, investimento e cumprimento. Mas isso está longe de acontecer”, lê-se.
Um dos exemplos destacados pelo PCP/Açores é o atraso no pagamento de apoios ao setor das pescas, que, segundo o partido, coloca em risco o funcionamento das associações e o pagamento de salários. “As queixas por falta de pagamento multiplicam-se em praticamente todos os setores. A resposta do Governo Regional resume-se a prometer que ‘vai pagar’, sem esclarecer como ou quando.”
No plano político, a DORAA alerta para a “degradação do debate” na Assembleia Legislativa Regional e acusa a coligação PSD-CDS-PPM de se subordinar ao Chega, “permitindo-lhe impor a sua agenda reacionária”. Segundo o partido, esta convergência traduz-se em políticas de “privatizações, retirada de direitos, baixos salários e destruição dos serviços públicos”.
A nota termina com uma saudação à luta dos trabalhadores açorianos, nomeadamente os da EDA, dos Matadouros da Região e do setor privado, que entregaram recentemente um abaixo-assinado na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), exigindo o aumento do acréscimo regional ao salário mínimo nacional de 5% para 10%.
“O PCP/Açores está – e continuará a estar – ao lado dos trabalhadores, dos jovens e do povo. Porque todos têm direito a um futuro digno na sua terra e a uma vida melhor”, conclui o comunicado dos comunistas açorianos.
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