
O líder do Partido Socialista dos Açores (PS/Açores), Francisco César, criticou na última quarta-feira, 18 de junho, a gestão financeira do Governo Regional, acusando o executivo de ter “ignorado os sinais claros de desequilíbrio nas contas públicas”. A reação surgiu após declarações do Secretário Regional das Finanças, que admitiu publicamente a possibilidade de um plano de reequilíbrio financeiro para a Região.
Durante a sessão de apresentação de José Luís Carneiro como candidato a Secretário-geral do PS, Francisco César afirmou que o Governo veio agora reconhecer aquilo que o PS vinha alertando “há muito tempo”. “O Secretário Regional das Finanças vem dizer aquilo que nós já dizíamos há muito tempo: que se não houver um plano de reequilíbrio financeiro, isso pode comprometer a sustentabilidade a prazo das finanças regionais”, declarou, segundo nota de imprensa divulgada esta quinta-feira, 19 de junho, pelo PS/Açores.
Francisco César defendeu que a boa gestão orçamental é um “pilar da autonomia” e uma condição essencial para manter a confiança política da República nas Regiões Autónomas. Referindo-se à necessária revisão da Lei de Finanças das Regiões Autónomas, sublinhou que esta “deve ter em conta os verdadeiros custos da insularidade”, mas advertiu que “se queremos ser levados a sério, temos que demonstrar que sabemos gerir as nossas contas”.
“A autonomia também se afirma com responsabilidade. Podemos e devemos ter orgulho de exercer a nossa autonomia com rigor, transparência e boa gestão”, afirmou o líder socialista, que recordou o “património de boa gestão das contas públicas” do PS, destacando que tal histórico permite desenvolver políticas eficazes nas áreas da economia, emprego, educação e saúde.
Num tom mais crítico, Francisco César alertou ainda para o impacto de um eventual plano de reequilíbrio financeiro sob gestão da direita, lembrando episódios passados: “Sabemos o que é que acontece quando há um plano de reequilíbrio financeiro com a direita no poder”.
Além das finanças regionais, o líder do PS/Açores dirigiu críticas à gestão da companhia aérea SATA, denunciando aquilo que classificou como “erros de gestão graves”, que resultaram em prejuízos acumulados, mesmo após um plano de reestruturação aprovado pela Comissão Europeia e a injeção de 453 milhões de euros em ajuda pública.
“Após uma injeção de quase 453 milhões de euros de ajuda pública, e depois de sucessivas mudanças de administração, a SATA apresentou um prejuízo de 83 milhões de euros num só ano”, afirmou. Apontou como causas principais “novas rotas mal planeadas, aviões alugados sem viabilidade económica e aumentos salariais até 40% para tripulantes no meio de uma reestruturação”.
Francisco César frisou ainda as consequências diretas para os açorianos: “mau planeamento operacional, atrasos sistemáticos e indemnizações pagas a passageiros”, disse, responsabilizando o atual Governo pela degradação da qualidade do serviço prestado pela transportadora.
Apesar das críticas, o líder socialista reafirmou a disponibilidade do PS/Açores para “contribuir para uma solução de futuro” para a Região.
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