Pela sua notável contribuição para a cultura, inovação fotográfica, envolvimento cívico e religioso, e dedicação à vida coletiva da ilha Terceira, Maria Anaísa Costa Diniz Ormonde foi segunda-feira, 9 de junho, na Sessão Solene comemorativa do Dia da Região Autónoma dos Açores, que decorreu no Auditório do Ramo Grande, na Praia da Vitória, justamente agraciada com a Insígnia Autonómica de Mérito Cívico.

Nascida a 8 de abril de 1934, na ilha Terceira, a Sra. Anaísa distinguiu-se como uma figura empreendedora, criativa e profundamente comprometida com a vida cultural e comunitária da sua terra.

A sua ligação às artes começou cedo: aos 8 anos, subiu ao palco como figurante numa peça de teatro escolar, iniciando uma paixão que a acompanharia na juventude, com múltiplas participações cénicas. Em 1954, casou-se e, três anos depois, entrou no negócio de fotografia do marido, tornando-se a primeira mulher fotógrafa da Terceira, numa época em que a profissão era dominada por homens. Especializou-se em retrato e reportagem social, particularmente em casamentos, deixando um legado visual que marcou gerações.

Com um talento autodidata notável, desenvolveu técnicas artesanais para colorir fotografias a preto e branco, muito antes da popularização da fotografia a cores, demonstrando uma abordagem pioneira no seu trabalho.

Para além da carreira profissional, dedicou-se a iniciativas religiosas e sociais. Nas décadas de 1970 e 1980, partilhou a sua experiência em Cursos de Cristandade e formações para casais, promovidos pelo Seminário de Angra, ajudando a preparar jovens para o matrimónio.

Com um espírito dinamizador, fundou um grupo coral a quatro vozes para cerimónias na Matriz da Praia da Vitória, que chegou a contar com 73 elementos, incluindo músicos e instrumentos amplificados, sob a direção do Padre João Mateus. Foi ainda uma das impulsionadoras das primeiras Festas da Praia, em 1978, colaborando ativamente na organização das festividades da cidade durante 35 anos consecutivos.

Aos 91 anos, é mãe de seis filhos, avó de onze netos e bisavó de catorze bisnetos, Maria Anaísa permanece um exemplo de vitalidade, criatividade e serviço à comunidade.

A sua história é um testemunho de coragem, talento e generosidade, que continua a inspirar as gerações presentes e futuras.

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