DIA DOS AÇORES: PS APELA A UMA AUTONOMIA MAIS JUSTA, INCLUSIVA E CENTRADA NAS PESSOAS

O deputado do Grupo Parlamentar do Partido Socialista dos Açores, Marco Martins, defendeu esta segunda-feira, na Sessão Solene comemorativa do Dia da Região Autónoma dos Açores, uma visão renovada da autonomia regional, baseada na proximidade com os cidadãos, na justiça social e na valorização de todos os açorianos, em particular das novas gerações e da classe média.

Na intervenção proferida no Auditório do Ramo Grande, na cidade da Praia da Vitória, o parlamentar — natural do concelho — evocou com emoção a ligação pessoal à terra natal, enaltecendo o carácter resiliente da população local e recordando a figura de Vitorino Nemésio, “cuja palavra continua a ecoar, firme e livre, na alma das nossas gentes”.

Citando o escritor praiense — “A liberdade é um risco que vale a pena correr” — o deputado afirmou que a autonomia dos Açores é, além de uma conquista histórica, “uma responsabilidade coletiva, transversal e profundamente humana”. Sublinhou ainda que este dia simbólico deve ser também um momento de reflexão, sem medos nem subterfúgios, sobre os desafios da democracia e da coesão regional.

Entre os temas abordados, o socialista destacou a crescente abstenção eleitoral como “um sinal claro de desligamento entre eleitores e eleitos”, e defendeu que a confiança na política só será recuperada se esta for “capaz de transformar verdadeiramente a vida das pessoas”.

Apontou vários problemas sociais que continuam a marcar a realidade regional, nomeadamente:

O número crescente de trabalhadores pobres; A dificuldade de acesso à habitação por parte das famílias e dos jovens; O agravamento das dependências; As desigualdades persistentes na saúde e na educação; O êxodo juvenil por falta de oportunidades; O envelhecimento da população sem a devida dignidade e apoio.

“O tempo de agir é agora”, afirmou, defendendo uma aposta clara no reforço da classe média como garante da coesão social e da estabilidade democrática: “Só com uma classe média valorizada conseguiremos garantir uma Região solidária, capaz de não deixar ninguém para trás”.

O deputado do PS defendeu ainda que a política tem de se reinventar, aproximando-se das pessoas e centrando-se no serviço público, no compromisso com o bem comum e no diálogo entre diferentes forças políticas. Rejeitou a agressividade e o populismo, apelando a uma cultura política mais respeitosa e construtiva: “A divergência ideológica não pode ser pretexto para a desconsideração pessoal ou para a erosão das instituições”.

Concluindo com nova referência a Vitorino Nemésio — “Ser livre não é ter asas, é saber onde pousar” — sublinhou que é tempo de pousar nos valores da democracia, da solidariedade e da justiça, e de os transformar em políticas eficazes que respondam às necessidades reais das pessoas.

“A autonomia dos Açores é uma construção inacabada. E ainda bem. Porque isso significa que está viva!”, declarou, defendendo que o futuro da Região só poderá ser assegurado com ousadia, empatia e compromisso com os Açorianos.

“Viva a Autonomia. Viva a Democracia. Viva os Açores”, concluiu.

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